Os deputados socialistas eleitos por Vila Real querem saber quais as medidas previstas pelo conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) para evitar mais encerramentos da urgência pediátrica do hospital de Chaves.
Os parlamentares do PS questionaram hoje o Ministério da Saúde, através da Assembleia da República, sobre os “encerramentos periódicos da urgência pediátrica do hospital de Chaves", inserido no CHTMAD.
A urgência pediátrica do Hospital de Chaves vai estar fechada uma semana, desde as 08:00 de segunda-feira e até às 08:00 da próxima segunda-feira, dia 09 de outubro, efetuando-se o atendimento na urgência de Vila Real, sede do CHTMAD.
No entanto, esta é já a quinta vez, desde o mês de abril, que este serviço fecha em Chaves, sendo este o período em que o encerramento se prolonga por mais tempo.
As cidades de Chaves e de Vila Real distam cerca de 70 quilómetros e são ligadas pela Autoestrada 24 (A24).
“A crescente frequência e o gradual aumento da duração dos encerramentos causam natural preocupação na população da área de influência deste hospital, nomeadamente, Boticas, Chaves, Montalegre e Valpaços”, afirmaram os deputados do PS Fátima Correia Pinto, Agostinho Santa e Susana Barroso, eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real.
Para os parlamentares, desta forma, os residentes ficam “mais distantes da unidade hospitalar em funcionamento, pondo em causa a eficácia da resposta de urgência pediátrica, levantando incerteza relativamente ao futuro desta resposta”.
Na pergunta entregue no parlamento e a que a agência Lusa teve acesso, os deputados questionaram o ministro Manuel Pizarro sobre “quais as medidas previstas pelo conselho de administração do CHTMAD para evitar futuros encerramentos da urgência pediátrica do hospital de Chaves”.
Os socialistas querem ainda saber quais as soluções do Ministério da Saúde e do conselho de administração do CHTMAD para “o necessário reforço dos recursos humanos médicos e cirúrgicos da unidade hospitalar de Chaves”.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz (PS), mostrou-se muito preocupado com o encerramento daquele serviço e exigiu ao Governo “soluções estáveis” para o futuro.
“Vejo sinais de preocupação. O primeiro sinal é que esta situação tem vindo em crescendo, ou seja, os períodos de indisponibilidade da urgência pediátrica têm vindo a aumentar, passaram de dois dias para sete ou mais. E a minha pergunta é o que vai acontecer no futuro? Que soluções é que estão a ser desenhadas para que situações desta natureza não se verifiquem com regularidade”, afirmou o autarca, no dia em que o serviço encerrou.
Na terça-feira, militantes do PSD de Chaves manifestaram-se junto ao edifício hospitalar e lamentaram “mais este ataque às populações e a inoperância de quem está no poder, que nada fez, ou faz, para evitar esta situação, ou oferecer alternativas a quem precisa”.
Os sociais-democratas contabilizam, desde o mês de julho e até 09 de outubro, um "total de 24 dias de serviço encerrado, o que consideram ser "absolutamente inexplicável e imoral".
“É inadmissível que, em pleno século XXI, se continue a mandar as crianças e os seus familiares para mais de 70 quilómetros de distância, em situações de doença e perigo eminente, perturbando a vida de mais de 4.000 crianças e adolescentes, dos zero aos 16 anos, e seus familiares”, salientou o PSD.