Na primeira parte, o Miramar sentiu imensas dificuldades para se desenvencilhar da teia montada por Jorge Braz, pelo que o empate a duas bolas que se verificava ao intervalo não constituía nenhuma surpresa. O Miramar tinha mais tempo de posse de bola, mas a UTAD era extremamente rigorosa a defender, com os seus jogadores a demonstrarem uma impressionante frescura física.

O Miramar entrou no jogo praticamente a ganhar, inaugurando o marcador na primeira vez que chegou à baliza de Nuno. Tomou de imediato conta do desafio e deixou apenas espaço para os universitários explorarem o contra-ataque. E foi assim que, a meio da primeira parte, após a marcação de um livre à entrada da área forasteira, a UTAD chegou ao empate. A bola sobrou para David que, com a baliza aberta, não perdoou. O jogo ganhou em qualidade e em vivacidade, com as duas formações a procurarem jogar em toda a largura do pavilhão e com os golos a aconteceram com naturalidade.

Os comandados de Raul Castro davam mostras de que ainda estão à procura dos seus melhores níveis anímicos, revelando alguma falta de confiança.

Na segunda parte, a história do jogo foi diferente. Tudo porque o Miramar entrou com outra profundidade, conseguindo levar mais perigo à baliza superiormente defendida por Nuno Santos. Assim, foi sem grande surpresa que a formação gaiense chegou ao 3-2, com um bonito golo de Ismael, aproveitando uma desatenção da defensiva da casa. A partir daí, o Miramar procurou gerir a vantagem e o tempo. O jogo ficou então mais aberto, mas os forasteiros nunca mais deixaram de controlar as operações. A UTAD ainda teve boas ocasiões para fazer funcionar o marcador, mas Toni, na baliza contrária, também esteve em bom plano. Ainda para mais, a jogar contra o cronómetro, os universitários enervaram-se e cometeram muitas faltas. Como castigo pelo jogo faltoso, Ricardo viria a ser expulso, com cartão vermelho directo, a dois minutos do final do jogo.

O Miramar acabou por construir uma vitória justa, mas que contou com uma excelente réplica dos universitários, que continuam a demonstrar grandes progressos de jogo para jogo.

A arbitragem foi algo deficiente, mostrando-se muito vacilante nas decisões, muito embora acabe por não ter interferência directa no resultado. Referência ainda para André Lima, jogador do Miramar, que, com os dois golos obtidos frente à UTAD, soma já 18 tentos apontados e lidera a tabela dos melhores marcadores.

No final do desafio, Jorge Braz, técnico da UTAD, reconheceu que "o Miramar foi mais forte, mas a UTAD conseguiu contrariar de forma brilhante o seu potencial, chegando ao intervalo com um empate a dois golos. Na segunda parte, o Miramar entrou melhor, fez o 3-2 num erro defensivo e depois tornou-se difícil inverter o resultado. Ainda tivemos duas bolas nos postes, mas o Miramar foi mais feliz, aproveitando as suas chances de golo.

A dupla de arbitragem não foi imparcial, impedindo-nos de fazer melhor. Julgo que demos uma excelente réplica", rematou.

J. L. A.

UTAD, 2

MIRAMAR, 5

Jogo na Nave de Desportos da UTAD, em Vila Real

Árbitros: António Costa e José Alves

UTAD: Nuno Santos, Parente, Davide, Caldas, Pedro Sousa, Pascal Pimentel, Arcanjo, Acácio, Costa, Nélson e Davi.

Treinador: Jorge Braz

MIRAMAR: Toni; Ivan, André Lima, CÎco, Miguel Mota, Sandro, Rogério, Israel, Lico, Bife, Fernando e Tiago.

Treinador: Raul Castro

Ao intervalo: 2-2

Marcadores: David, Arcanjo, André Lima (2), Miguel Mota, Rogério e Israel.

Disciplina: amarelo a Caldas, Arcanjo e Ivan. Vermelho a Caldas.



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