Era um jogo que se antevia difícil para o Desportivo de Chaves. Tanto mais que, para além de defrontar o quinto classificado, António Jesus deparava-se com vários jogadores indisponíveis, por lesão, acabando por incluir na convocatória do jogo apenas 17 atletas. Desta forma, o Desportivo de Chaves apresentou-se em campo com um onze alternativo, onde as principais ausências eram Isidro, Sérgio e Gilmar. Face a estes "indisponíveis", o técnico flaviense fez alinhar Ricardo Chaves no centro do terreno, Ochoa descaído sobre o flanco esquerdo e Hélder Garcia na posição de ponta-de-lança, apoiado nas costas por Manduca. Como as contrariedades fossem poucas, Lino e Carou, apesar de utilizados (actuaram os 90 minutos), não se encontravam na melhor condição física.
Mesmo assim, pertenceu à formação flaviense o maior domínio no jogo e as melhores situações de golo. Pena foi que, mais uma vez, o ataque se revelasse improdutivo. O Maia, que vinha de duas derrotas consecutivas, apresentou-se no Municipal de Chaves disposto a conseguir pontos, para não deixar "escapar" o grupo que comanda o campeonato. E as coisas não poderiam ter começado melhor para a formação de Mário Reis, já que aos nove minutos se adiantou no marcador com um golo de Yuri. Um belo tento, por sinal, conseguido depois de uma escapada fulgurante pelo lado esquerdo do seu ataque, culminado com um remate forte, a que Carou foi incapaz de se opor. No entanto, o guarda redes flaviense (que deveria estar à espera de um cruzamento) não fica isento de culpas no golo, já que a bola acabou por passar entre si e o poste direito da sua baliza.
Reagiu bem o Chaves, dispondo de algumas boas oportunidades para chegar à igualdade, ainda antes do intervalo. Aos 19 minutos, Sabugo ainda chegou a introduzir a bola na baliza do Maia, mas o árbitro já havia sancionado um fora de jogo.
Na melhor ocasião de golo do primeiro tempo, seria Manduca a desperdiçar, depois de parecer isolado na "cara" de Thomas e permitir a defesa do guarda-redes do Maia. João, na recarga, não conseguiu acertar com a baliza.
O intervalo chegava com o Desportivo de Chaves a justificar o empate, muito por culpa dos últimos 10 minutos da primeira parte, em que os flavienses exerceram um grande "pressing" sobre a equipa do Maia, remetendo-a para o seu sector ofensivo.
No segundo tempo voltaram a ser os flavienses a mandar no desafio, dispondo de diversas oportunidades para chegarem ao golo. António Jesus reforçou o sector atacante, com a entrada de Marquinhos, Jacques e Edu. E a estratégia viria a produzir resultados quase imediatos, com o brasileiro a fazer o golo da igualdade. Edu, aos 78 minutos, numa execução primorosa, recebeu a bola na zona frontal da baliza do Maia, "ajeitou-a" para o seu pé direito e, à meia volta, desferiu um portentoso remate ao ângulo da baliza de Thomas, sem hipótese de defesa para o guarda redes maiato.
O empate acaba por saber a pouco à equipa da casa, mas premeia a eficácia defensiva dos jogadores do Maia. Uma nota para a má actuação do trio de arbitragem chefiado por Mário Santos, de Aveiro. O juiz principal revelou uma má apreciação dos lances e falta de critérios na amostragem dos cartões. Na retina ficou uma falta clara de Dinis sobre Sabugo (seria o segundo amarelo para o defesa do Maia), ainda no decorrer da primeira metade, que o árbitro, debaixo de muitos protestos do público, transformou num cartão amarelo ao jogador flaviense (por "pretensa" simulação da falta). Como se não bastasse, o seu auxiliar do lado da bancada, Gabínio Evaristo, também esteve infeliz na apreciação dos fora-de-jogos, cortando perigosos contra-ataques à equipa flaviense, em lances claramente legais. Enfim, uma tarde para esquecer.
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