O Desportivo de Chaves abandonou hoje o último lugar da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer, reduzido a 10, na receção ao Boavista, por 2-1, em encontro da 22.ª jornada da prova.
Raphael Guzzo adiantou os locais, aos sete minutos, Bruno Lourenço empatou, aos 23, de grande penalidade, e, após a expulsão de Carraça, aos 59, o espanhol Héctor Hernández selou a vitória dos transmontanos, aos 71.
A formação comandada por Moreno, que colocou um ponto final numa série de nove jogos sem ganhar, subiu, provisoriamente, ao 17.º lugar, com 17 pontos, enquanto os ‘axadrezados’ caíram para o 10.º posto, com 24.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Boavista (ficha)
O Desportivo de Chaves venceu hoje o Boavista por 2-1, em jogo da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.
Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Desportivo de Chaves – Boavista, 2-1.
Ao intervalo: 1-1.
Marcadores:
1-0, Raphael Guzzo, 07 minutos.
1-1, Bruno Lourenço, 23 (grande penalidade).
2-1, Héctor Hernández, 71.
Equipas:
- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, Vasco Fernandes, Cafú Phete (João Correia, 57), Júnior Pius (Benny, 46), Carraça, Dário Essugo, Guima (Kelechi, 57), Sandro Cruz, Raphael Guzzo (Sanca, 64), Jô Batista (Steven Vitória, 76) e Héctor Hernández.
(Suplentes: Rodrigo Moura, Benny, Paulo Víctor, Sanca, Steven Vitória, Rúben Ribeiro, Kelechi, Morim e João Correia)
Treinador: Moreno.
- Boavista: João Gonçalves, Malheiro, Sasso, Rodrigo Abascal, Filipe Ferreira (Bruno Onyemaechi, 83), Makouta, Seba Perez (Vukotic, 76), Bruno Lourenço, Reisinho (Martim Tavares, 77), Salvador Agra (De Santis, 86) e Bozeník.
(Suplentes: Tomé, Ibrahima, Masa, Joel Silva, Vukotic, De Santis, Martim Tavares, Bruno Onyemaechi e Berna).
Treinador: Ricardo Paiva.
Árbitro: Hélder Carvalho (AF Santarém).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Vasco Fernandes (39), Júnior Pius (44), Guima (45+3), Cafú Phete (45+5), Sandro Cruz (45+8), Malheiro (88) e Hugo Souza (90+2). Cartão vermelho direto para Carraça (59).
Assistência: 2.315 espetadores.
COMENTÁRIO:
Desportivo de Chaves regressa às vitórias frente ao Boavista e reduzido a 10
O Desportivo de Chaves, que jogou mais de meia hora em inferioridade, venceu hoje por 2-1 o Boavista, com golos de Guzzo e Héctor Hernández, na 22.ª jornada da I Liga de futebol, deixando provisoriamente o último posto.
Depois de uma primeira parte em que os transmontanos entraram melhor na partida, com mais posse de bola e boas dinâmicas de jogo, acabando por chegar cedo à vantagem, aos sete minutos, com um ‘tiro’ certeiro de Guzzo. Os visitantes acabaram por empatar na sequência de grande penalidade batida por Bruno Lourenço, aos 23.
Já na segunda parte, Héctor conseguiu repor a vantagem no marcador, aos 71, assegurando o regresso às vitórias dos transmontanos, que ficaram em inferioridade numérica após a expulsão de Carraça, aos 59.
A partida arrancou com o Desportivo de Chaves a ter mais bola, enquanto o Boavista pressionava alto.
Depois de algumas tentativas mal conseguidas e sem perigo efetivo para o guarda-redes João Gonçalves, Sasso perdeu a bola em zona proibida, à esquerda, Jô Batista soube aproveitar o erro do francês para conduzir a bola até ao ‘coração’ da área e servir Guzzo que, enquadrado com a baliza ‘axadrezada’, atirou a contar, colocando os flavienses na frente do marcador.
Do lado do Boavista, Bruno Lourenço tentou a sorte, primeiro com um remate de longe, que saiu ao lado da baliza de Hugo Souza que, à segunda tentativa, tirou o golo dos pés do avançado dos ‘panteras negras’.
Pouco depois, o guarda-redes dos visitados voltou a negar o golo aos visitantes ao defender um remate bem colocado de Bozeník, desmarcado por Salvador Agra que, na sequência da jogada, caiu na área após falta de Sandro Cruz.
Após análise das imagens do videoárbitro (VAR), Hélder Carvalho não teve dúvidas e assinalou grande penalidade a favor do Boavista. Bruno Lourenço foi chamado a cobrar e não falhou, repondo a igualdade no marcador.
À entrada da meia hora, após novo golo dos transmontanos, ‘carimbado’ por Jô Batista, o árbitro considerou que houve falta de Guzzo sobre Agra ao tentar um pontapé de ‘bicicleta’. Depois de uma longa paragem para assistência ao avançado ‘axadrezado’ e análise do VAR, o golo acabou por ser invalidado.
Os transmontanos continuaram a pressionar, com Guima a responder bem a um livre batido por Carraça, mas o cabeceamento foi defendido por João Gonçalves, numa altura em que o ritmo de jogo começou a baixar, assim como o critério, o que se materializou em vários cartões amarelos para os visitados.
A etapa complementar arrancou com partilha de bola de parte a parte e com vontade de alterar o marcador: Bozeník tentou a sorte por duas vezes, enquanto Benny foi o protagonista da ofensiva transmontana.
Ao minuto 59, depois de os visitados terem perdido o esférico em zona proibida, Bozeník procurou o caminho para a baliza de Hugo Souza, tendo sido agarrado por Carraça, que impediu a progressão do eslovaco e foi admoestado com o cartão vermelho.
Em inferioridade numérica, o Desportivo de Chaves viu-se obrigado a mudar as dinâmicas do jogo, acabando por conceder espaço ao Boavista, com dois cabeceamentos desperdiçados por Sasso e Makouta.
Mas foram mesmo os visitados a marcar: depois de um cruzamento largo na esquerda do relvado, João Correia ‘amorteceu’ a bola, de cabeça, para o ‘coração’ da área onde estava Héctor que, com um pontapé de ‘bicicleta’, voltou a colocar os transmontanos na frente do marcador.
O ponta de lança espanhol esteve perto de ‘bisar’, aos 85, após uma boa jogada individual de Kelechi, mas o remate do goleador dos transmontanos passou rente ao poste esquerdo da baliza ‘axadrezada’.
O Boavista foi fazendo o possível à procura do empate, enquanto o Desportivo de Chaves defendia com tudo e todos, fechando o caminho para a baliza de Hugo Souza até ao fim, assegurando o regresso aos triunfos na I Liga.
I Liga / Desportivo de Chaves – Boavista
(declarações)
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves – Boavista (2-1) da 22.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje em Chaves:
- Moreno (Treinador do Desportivo de Chaves):
“[A vitória] parece-me justa e, quando digo justa, não é pela qualidade do jogo, porque sou o primeiro a perceber que temos condições para jogar melhor ainda. A responsabilidade disso é um pouco minha, porque sinto os atletas ansiosos dentro do campo e eu tenho de lhes fazer perceber que têm mais qualidade, mas quando digo que [a vitória] é justa é pela entrega, pela crença, pelo acreditar que eles tiveram.
Não me queria alongar muito a fazer uma avaliação do jogo a não ser responsabilizar muito e dizer que esta vitória é quase só dos atletas, porque foram eles e são eles que vão para dentro do campo, que se entregam, que percebem o que é que têm de fazer em alguns momentos do jogo, noutros ainda temos coisas a melhorar mas, como digo, não me quero alongar muito a não ser valorizar a atitude boa que o nosso grupo de trabalho teve hoje e tem tido noutros jogos.
Disse, na antevisão, que o futebol não tem sido tão justo connosco noutros jogos como deveria ter sido, mas acho que hoje o futebol foi justo connosco, com uma equipa que trabalhou, lutou, acreditou. Ficaram cá três pontos que não nos dão nada mais do que confiança para o próximo jogo e eu espero que seja assim, porque tranquilidade nós não temos nenhuma.
Gosto de falar a ver, a estar seguro do que estou a dizer e não vi o lance [da grande penalidade], sinceramente. Não protestei tanto com a decisão do árbitro, mas mais como uma chamada de atenção ao Sandro porque, estando dentro da área, tem de ter ponderação.
Entendo que, neste momento, com o equilíbrio que há no nosso futebol, a forma mais fácil de fazer golo é de penálti. O lance, provavelmente, não daria nada e oferecemos quase um golo ao Boavista. Tem sido muito este tipo de erros que nos tem tirado pontos.
O que me parece é que fizemos um segundo golo limpo, já vi a imagem e estou seguro disto. Se estiver fora de jogo, que não é o caso, retiro o que disse. Falta? Não existiu. Já vi a imagem e não há jogo perigoso, na minha opinião.
[Cartões amarelos e expulsão] Senti claramente que a nossa equipa ficou muito condicionada ao intervalo, com cinco atletas da linha defensiva logo com amarelo, e isso é muito difícil de, depois, gerir no jogo.
Ficámos em inferioridade numérica com [a expulsão de] um atleta que nem tinha amarelo e, mesmo assim, o grupo nunca deixou de acreditar, por isso é que digo e repito: valorizar e responsabilizar muito os nossos atletas”.
- Ricardo Paiva (Treinador do Boavista):
“Um jogo muito chato, tínhamos alertado para a dificuldade de jogar aqui, contra o [Desportivo de] Chaves, um adversário a precisar de pontos e que iria fazer de tudo para conseguir conquistar a vitória.
Entrámos bem na primeira parte, sofremos o primeiro golo na sequência de uma infelicidade, igualámos e acho que fomos para o intervalo até ligeiramente por cima [do jogo]. Uma entrada boa na segunda parte que, depois, acaba por se diluir com a expulsão, estranhamente.
Acho que deveríamos ter tido a capacidade de gerir melhor o jogo em superioridade numérica. A verdade é que não foi isso que aconteceu e, quando há relaxamento, o desfecho é este. É preciso mais, muito mais.
[Golo de Héctor] Cruel, claro que é, porque acabámos por não levar qualquer ponto daqui, mas volto a dizer: é preciso muito mais, fazer mais, estar mais empenhado até ao final, todos nós, inclusive equipa técnica, para conseguirmos levar pontos dos jogos.
Os jogos são extremamente difíceis, sabíamos que a dificuldade era grande aqui, contra o [Desportivo de] Chaves, acabámos por relaxar ali em determinado momento e pagámos a fatura”.