O presidente da SAD do Desportivo de Chaves, Francisco José Carvalho, afirmou hoje que a participação na Liga Conferência Europa de futebol é uma “não questão” por motivos financeiros, considerando “impossível” pensar nessa possibilidade nas próximas épocas.

A atravesar o melhor momento da época, com três vitórias e dois empates nos últimos cinco jogos, o Desportivo de Chaves, sétimo colocado, com 43 pontos, é uma das várias equipas da I Liga portuguesa que ainda pode terminar a época nos lugares de acesso à Liga Conferência Europa – quinto e sexto -, ocupados por Arouca e Vitória de Guimarães, respetivamente.

Contudo, a SAD dos transmontanos optou por não inscrever o emblema comandado por Vítor Campelos nas competições europeias.

“Foi uma opção nossa, porque traz encargos muito grandes para o clube e não tínhamos essa disponibilidade financeira. Mesmo que a equipa ganhe os [próximos] três jogos, poderia não ir à Liga [Conferência] Europa. Isso é uma não questão para nós”, frisou Francisco José Carvalho, em declarações à agência Lusa.

O responsável explicou que a possível participação nas competições europeias implicaria “começar a época desportiva mais cedo, reforçar o plantel e melhorar as condições do estádio”, considerando não haver tempo “para fazer as obras necessárias”.

“Neste momento, não temos condições financeiras para competirmos na Europa. Teríamos de duplicar o orçamento e não temos receitas suficientes para tal. Estamos mais focados em guardar todo o investimento para o campeonato [português]”, reiterou.

Com um orçamento de sete milhões de euros (ME), Francisco José Carvalho adianta ser “quase impensável” jogar nas competições europeias nas próximas épocas e aponta o dedo à “desigualdade” na divisão dos direitos audiovisuais.

“Enquanto o Desportivo de Chaves receber os valores que recebe dos direitos televisivos, que são 3,6 ME, não iremos conseguir inscrever o clube na Liga Conferência Europa. [Esta] exige-nos ter uma equipa com mais qualidade e jogadores muito mais caros. É impossível”, justificou.

O dirigente assegurou, porém, que este facto não desmotiva o conjunto transmontano, que tudo fará para terminar a época no sexto posto da tabela classificativa.

“O grupo está focado em bater o recorde dos 47 pontos que conseguimos com o [técnico] Luís Castro [em 2017/18] e em continuar a ter prémios de vitória, como teve ao longo da época toda. Apesar de passarmos a barreira dos 40 [pontos] e garantirmos a manutenção [na I Liga], a equipa quer muito mais e demonstrou isso em Famalicão”, reiterou.

Francisco José Carvalho adiantou, ainda, que no final da temporada conta “perder três a quatro atletas com muita qualidade”.

Enquanto isso, as negociações para a possível renovação com o técnico Vítor Campelos estão “bem adiantadas”.

“Vamos reunir no início da próxima semana para falar do futuro do Desportivo de Chaves e do projeto, mas as coisas estão muito bem adiantadas. Achamos que vamos conseguir chegar a um acordo de renovação com o nosso treinador”, concluiu.



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