O Desportivo de Chaves consumou hoje a despromoção à II Liga de futebol, ao perder por 1-0 na receção ao Famalicão, em jogo da 33.ª e penúltima jornada da I Liga.
Um golo de Gustavo Sá, aos 45+2 minutos, ditou a 20.ª derrota dos transmontanos, que se mantêm em 17.º e penúltimo lugar da competição, com 23 pontos, e já sem qualquer hipótese de escaparem à descida, face aos cinco pontos de distância para o Portimonense, a primeira formação acima da ‘linha de água’, em 16.º, que dá acesso ao play-off de manutenção.
O Desportivo de Chaves, que tinha regressado à I Liga em 2022, acompanha, assim, o Vizela na descida ao segundo escalão, sendo que até pode terminar esta ronda no último posto, caso os vizelenses, com 22 pontos, vençam no sábado o Estrela da Amadora.
Já o Famalicão segue numa tranquila oitava posição, com 42 pontos.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Famalicão
(ficha)
O Famalicão venceu hoje o Desportivo de Chaves por 1-0, em jogo da 33.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.
Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Desportivo de Chaves – Famalicão, 0-1.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores:
0-1, Gustavo Sá, 45+2 minutos.
Equipas:
- Desportivo de Chaves: Rodrigo, João Correia, Ygor Nogueira, Vasco Fernandes, Sandro Cruz (Paulo Víctor, 76), Dário Essugo (Morim, 66), Raphael Guzzo, Kelechi (Guima, 46), Rúben Ribeiro (Benny, 46), Héctor Hernández (Jô Batista, 46) e Sanca.
(Suplentes: Hugo Souza, Habib Sylla, Bruno Rodrigues, Benny, Paulo Víctor, Steven Vitória, Guima, Morim e Jô Batista).
Treinador: Moreno.
- Famalicão: Luíz Júnior, Martin Aguirregabiria, Mihaj, Riccieli, Francisco Moura, Zaydou Youssouf, Topic, Puma Rodríguez (Sorriso, 77), Gustavo Sá (Gustavo Assunção, 82), Chiquinho e Henrique Araújo (Danho, 82).
(Suplentes: Zlobin, Lacoux, Aranda, Gustavo Assunção, Liimatta, Filipe Soares, Danho, Nathan e Sorriso).
Treinador: Armando Evangelista.
Árbitro: Ricardo Baixinho (AF Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Ygor Nogueira (50), João Correia (67), Jô Batista (79) e Chiquinho (81).
Assistência: 1.528 espetadores.
Chaves regressa à II Liga de futebol após duas épocas no escalão principal
O Desportivo de Chaves viu hoje confirmada a despromoção à II Liga portuguesa de futebol, após duas épocas consecutivas no escalão principal, ao perder por 1-0 frente ao Famalicão, no encontro inaugural da 33.ª jornada.
Com o lanterna-vermelha Vizela já despromovido na jornada anterior, o emblema transmontano, 17.º e penúltimo classificado, com 23 pontos, viu hoje consumada descida ao segundo escalão, ao ser derrotado no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Apenas uma vitória evitava a despromoção imediata dos flavienses, que ficariam a dois pontos do ‘rival’ Portimonense, equipa que ocupa a 16.ª posição, que dá acesso ao play-off de manutenção, com 28, e que joga no sábado com o Rio Ave, no Algarve, em partida agendada para as 15:30.
Com a derrota em casa frente ao Famalicão, numa altura em que estão apenas três pontos em disputa, todas as hipóteses caíram por terra e o Desportivo de Chaves viu, assim, confirmado o regresso à II Liga.
O emblema ‘azul-grená’ vai encerrar um ciclo de duas épocas consecutivas na elite do futebol português com uma visita ao campeão Sporting, na 34.ª e última jornada da temporada 2023/2024, em data e hora a agendar.
Depois de três épocas arredado, o Desportivo de Chaves assegurou a quarta subida à I Liga portuguesa de futebol no final da temporada 2021/2022, sob o comando técnico de Vítor Campelos, depois de eliminar o Moreirense, na altura antepenúltimo classificado do primeiro escalão, no play-off.
Impedido de participar nas competições europeias, o emblema flaviense procurou ultrapassar o recorde pontual do clube na I Liga no regresso à competição, objetivo delineado pelo ‘timoneiro’ Vítor Campelos, mas acabou por terminar a época 2022/2023 no sétimo posto, com 46 pontos, menos um do que em 2017/18.
Em 18 participações no escalão principal, os transmontanos atingiram a glória na década de 1980, quando, na temporada 1986/1987, alcançaram o quinto lugar e a qualificação inédita para a antiga Taça UEFA. Em 1989/1990, seguiu-se novo quinto lugar, repetindo a melhor classificação entre os ‘grandes’.
COMENTÁRIO:
Famalicão sentencia despromoção do Chaves com golo de Gustavo Sá
Um golo solitário de Gustavo Sá ofereceu hoje a vitória ao Famalicão e selou a descida do Desportivo de Chaves ao segundo escalão, no encontro inaugural da 33.ª e penúltima jornada da I Liga portuguesa de futebol.
Num duelo que começou a meio-gás, a primeira parte decorreu em sentido único, com o Famalicão a chegar à vantagem com naturalidade, aos 45+2, com um golo de Gustavo Sá, o único da partida.
Já na segunda parte, enquanto os minhotos trancaram a defesa, o Desportivo de Chaves procurou o empate, mas a pressão provocou muitos erros, sobretudo no posicionamento dos jogadores, o que resultou em vários passes perdidos.
A partida inaugural da 33.ª ronda começou a ritmo de treino, com o ‘confortável’ Famalicão a deixar jogar o ‘aflito’ Desportivo de Chaves, obrigado a vencer para continuar na luta pela permanência no escalão principal do futebol nacional.
A primeira oportunidade do duelo surgiu aos nove minutos, com um remate forte de Sanca de fora da área que rasou o poste da baliza minhota. Já aos 15, numa altura em que os visitantes iam crescendo em campo, Puma Rodríguez rematou de longe, com a bola a conseguir 'fintar' a defensiva transmontana, mas Rodrigo estava atento e encaixou sem dificuldade.
Pouco depois, o avançado panamenho esteve novamente em destaque, na recarga de um livre a favor do Famalicão, ao ‘apanhar’ a bola a jeito e a rematar forte de fora da área, mas o guardião flaviense voltou a negar o golo.
Também Henrique Araújo esteve perto de marcar, aos 34, na sequência de um remate cruzado de Puma, mas o jovem avançado português não conseguiu ‘pentear’ o esférico, que acabou travado por Rodrigo.
Na reta final da primeira parte, os transmontanos foram demonstrando dificuldade em conseguir chegar ao último terço com perigo, enquanto os minhotos foram tentando a sorte, com várias aproximações às redes de Rodrigo, que travou dois tentos consecutivos, aos 41.
Já nos descontos, depois de novo remate forte de Sanca para defesa segura de Luíz Júnior, o Famalicão inaugurou o marcador com um golo digno de registo: Puma colocou estrategicamente a bola no coração da área, onde estava Gustavo Sá, que rematou, de primeira, para o fundo das redes visitadas, colocando os minhotos em vantagem.
A etapa complementar arrancou com tripla alteração no Desportivo de Chaves, com Moreno a lançar Guima, Benny e Jô Batista na esperança de alterar o destino dos transmontanos.
Leandro Sanca voltou a estar em destaque, aos 47, com novo remate de longe, mas a bola voltou a passar ao lado do objetivo.
Com o Famalicão em evidente superioridade, o Desportivo de Chaves conseguiu mais aproximações à área minhota nos últimos 25 minutos, ainda que sem oportunidades flagrantes de golo, numa altura em que foi demonstrando algum nervosismo pela importância do empate para as contas da manutenção.
Ao mesmo tempo, os flavienses foram travando as investidas famalicenses: aos 70, Henrique Araújo esteve muito perto de se estrear a marcar, ao ficar isolado na cara do guardião dos visitados, mas Rodrigo conseguiu travar o ‘chapéu’. Logo a seguir, Chiquinho não conseguiu tirar proveito da recarga, atirando para fora.
Numa altura em que a partida foi subindo de tom, com algumas faltas, Guima rematou forte de pé esquerdo, mas Luíz Júnior defendeu. Pouco depois, Paulo Víctor tentou antecipar-se a um cruzamento, Jô Batista chegou primeiro e tentou a sorte, mas a bola saiu por cima das redes visitantes.
Nem os quatro minutos de descontos mudaram o destino: o Desportivo de Chaves viu consumada a descida à II Liga, enquanto o Famalicão consolidou o oitavo lugar, com 42 pontos.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Famalicão
(declarações)
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves – Famalicão (0-1), da 33.ª jornada da I Liga de futebol, disputado na sexta-feira, no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves:
- Moreno (treinador do Desportivo de Chaves):
“Preferia começar por assumir a responsabilidade toda, acho que não é o momento de apontarmos dedos a ninguém, nem de encontrar responsáveis, quando o maior responsável da época está aqui a falar, neste momento.
É normal que haja muita desconfiança, é certo que temos mais um ano de contrato, mas isso é o mais fácil de resolver. Depois da época que tivemos, neste momento, temos de ter a humildade de pedir desculpa aos nossos adeptos. Aqui, ninguém fez nada por maldade ou má-fé, demos o nosso melhor, mas este melhor não foi suficiente, e pedimos desculpa porque não tivemos a competência e a qualidade necessária para tirar o Desportivo de Chaves da situação em que se encontra hoje.
É um dia mau, uma sensação horrível, mas que temos de a encarar, eu terei de dar a cara, sou o responsável máximo por toda a época que se fez. É óbvio que não sou o único responsável, tenho noção disso, mas no meio de um ano tão difícil, devemos aprender e crescer, para que os erros que se cometeram este ano, não se voltem a repetir.
O Moreno chegou cá na sexta jornada com zero pontos, mas ninguém o obrigou a assinar contrato nessa altura, assinou contrato com a convicção de que conseguiria fazer melhor do que aquilo que fiz. Não consegui, peço desculpa aos adeptos, não tenho problema nenhum, mas é óbvio que se cometeram alguns erros. Mesmo com as limitações que percebo que existiram na composição do plantel, acho que também tivemos jogos em que a pontinha de sorte não nos acompanhou.
É preciso aprender com aquilo que foi mal feito esta época e, rapidamente, porque o clube tem de estar na I Liga. É, realmente, um clube que recebe como ninguém, que dá boas condições aos profissionais para trabalhar, que cumpre com tudo, por isso é que ainda me custa mais aceitar [a descida] neste momento”.
- Armando Evangelista (treinador do Famalicão):
“Tivemos uma primeira parte de sentido único, em que acabámos por pecar um bocadinho na tomada de decisão junto da baliza, quer em alturas em que poderíamos finalizar, quer no último passe. Acho que poderíamos ter chegado ao intervalo até com outro resultado.
Na segunda parte, voltámos a entrar muito bem, não com um bloco tão alto como na primeira parte, mas num bloco médio-alto, em que continuámos a ter posse de bola, a circular, a entrar por dentro, com largura dos corredores, com ameaças constantes à baliza adversária.
Na reta final, o trabalho que o Desportivo de Chaves fez obrigou-nos a recuar e tivemos em bloco baixo, mas, mais uma vez, estivemos muito bem no que diz respeito a transições ofensivas, com duas, três, quatro transições em que poderíamos ter matado e resolvido o jogo mais cedo. O Famalicão foi muito sério no jogo que fez e o resultado peca por escasso.
Do outro lado, tivemos uma equipa que vendeu cara a derrota porque vi uma cara agressiva, a querer dar a volta ao resultado, tanto é que, nos últimos minutos, acabou por nos empurrar para trás, obrigando-nos a jogar em contra-ataques rápidos e em transições.
Fico com pena de esta época estar a acabar, porque me tem dado muito gozo trabalhar com estes jogadores e ver a evolução que têm tido.
[Descida do Desportivo de Chaves] É um clube que nos merece todo o respeito, histórico do nosso campeonato, passando um momento destes, é sempre complicado, é doloroso. Para as gentes de Chaves e para o clube, uma palavra de ânimo e que regressem rápido”.