O Portimonense subiu hoje provisoriamente ao nono lugar da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer em casa o Desportivo de Chaves, por 2-1, em jogo da 11.ª jornada.
Em Portimão, Hélio Varela (14 minutos) e Ronie Carvalho (38) marcaram os golos dos algarvios, com Benny a reduzir para os transmontanos, que somaram a terceira derrota seguida.
Com este triunfo, o Portimonense subiu ao nono lugar, com 14 pontos, enquanto o Desportivo de Chaves continua em zona de despromoção, no 17.º e penúltimo posto, com sete.
I Liga/ Portimonense – Desportivo de Chaves (ficha)
O Portimonense venceu hoje o Desportivo de Chaves por 2-1, em jogo da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizado em Portimão.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão.
Portimonense – Desportivo de Chaves, 2-1.
Ao intervalo: 2-0.
Marcadores:
1-0, Hélio Varela, 14 minutos.
2-0, Ronie Carrillo, 38.
2-1, Benny, 87.
Equipas:
- Portimonense: Vinicius Silvestre, Igor Formiga (Guga, 84), Pedrão, Alemão, Filipe Relvas, Maurício, Dener, Sylvester Jasper (Luan Campos, 78), Carlinhos, Hélio Varela (Rildo, 78) e Ronie Carrillo (Gonçalo Costa, 58).
(Suplentes: João Victor, Ricardo Sousa, Paulinho, Gonçalo Costa, Paulo Estrela, Guga, Luan Campos, Rildo Filho e Zinho).
Treinador: Paulo Sérgio.
- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, João Correia (Carraça, 46), Bruno Rodrigues (Igor Nogueira, 46), Cafú Phete (Benny, 67), Sandro Cruz, Bruno Langa, Rúben Ribeiro, Kelechi (João Pedro, 74), Rúben Lameiras (Jô Batista, 46), Leandro Sanca e Héctor Hernández.
(Suplentes: Rodrigo Moura, Carraça, Steven Vitória, Ygor Nogueira, João Pedro, Hélder Morim, Benny, Jô Batista, Issah Abass).
Treinador: Moreno (substituído no banco por Luís Morgado, devido a suspensão).
Árbitro: David Rafael Silva (Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para João Correia (22), Alemão (48), Carlinhos (63), Dener (85) e Rildo (89).
Assistência: 1.553 espetadores.
COMENTÁRIO:
Portimonense capitaliza primeira parte com dois golos e vence Desportivo de Chaves
O Portimonense somou hoje a segunda vitória caseira consecutiva ao bater o Desportivo de Chaves (2-1), em jogo da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol decidido na primeira parte, apesar da reação flaviense após o intervalo.
O confronto entre as duas piores defesas do campeonato aumentou o pecúlio negativo da equipa flaviense, a mais batida (30 golos), após os tentos de Hélio Varela (14 minutos) e Ronie Carrillo (38), que expressaram a superioridade dos ‘alvinegros’ no primeiro tempo, enquanto Benny reduziu nos minutos finais (87).
Com o regresso aos triunfos, o Portimonense subiu provisoriamente ao nono lugar, com 14 pontos, enquanto o Desportivo de Chaves, que regista três desaires consecutivos, é 17.º e penúltimo classificado, em risco de ser ultrapassado pelo último Arouca, que recebe o Sporting de Braga no domingo.
Depois da goleada (6-1) sofrida em Braga, Paulo Sérgio operou duas mudanças no ‘onze’ algarvio, com os regressos do médio Dener e do avançado Ronie Carrillo, enquanto o castigado Moreno, a ver o jogo da bancada, repetiu a equipa derrotada em casa (2-0) pelo Benfica na jornada anterior.
O Portimonense, cujo técnico aproveitou ainda para mudar o sistema utilizado nas últimas rondas, prescindindo dos três centrais para colocar a equipa em ‘4-3-3’, começou o jogo ‘por cima’, tentando empurrar o adversário para o seu último terço.
Com um declarado ‘5-4-1’ no posicionamento defensivo, que se desdobrava em ‘3-4-3’ na manobra atacante, os flavienses sentiram dificuldades em livrar-se do ‘aperto’ algarvio, que gerou ameaças de Filipe Relvas (quatro minutos) e Carlinhos (cinco), num remate às malhas laterais após excelente jogada individual de Hélio Varela, na fase inicial da partida.
Face ao panorama de jogo, o golo inaugural do Portimonense surgiu sem surpresa aos 14 minutos: Maurício recuperou a meio-campo e abriu caminho à transição rápida, com Hélio Varela, já dentro da área, a rematar e a bola a ressaltar em Cafú Phete para uma trajetória que enganou o guarda-redes Hugo Souza.
Em vantagem, os algarvios aliviaram a pressão exercida até então, permitindo uma réplica praticamente inofensiva dos transmontanos, que só ‘espreitaram’ a baliza adversária num cabeceamento de Leandro Sanca (32 minutos), para defesa fácil do guardião Vinicius Silvestre.
Ainda antes do intervalo, o Portimonense alargou a diferença (38 minutos). Igor Formiga cruzou da direita, Dener cabeceou à barra e o dianteiro equatoriano Ronie Carrillo tocou a bola em esforço na recarga para a baliza vazia, no seu terceiro tento na prova.
Com as três alterações feitas por Moreno ao intervalo – sem mudar o sistema tático –, o Desportivo de Chaves iniciou a segunda parte com outro ‘espírito’ e dinâmica, contribuindo para tornar a partida muito mais aberta, em ritmo de parada e resposta.
Leandro Sanca ameaçou duas vezes no espaço de poucos segundos (48 minutos) e Carraça podia ter feito melhor aos 56, mas, do outro lado, o isolado Sylvester Jasper (50) desperdiçou uma oportunidade flagrante, permitindo a defesa de Hugo Souza, e Hélio Varela também esteve perto do 3-0 (53).
A equipa transmontana só se desfez dos três centrais aos 67 minutos, impondo um ascendente que, depois das ameaças de Jô Batista (80) e Héctor Hernández (86), acabou por resultar no golo de Benny, num remate potente de fora da área (87), com o Portimonense a sofrer nos descontos para segurar a vitória.
I Liga / Portimonense – Desportivo de Chaves (Declarações)
Declarações após o jogo Portimonense - Desportivo de Chaves (2-1), da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje em Portimão:
- Paulo Sérgio (treinador do Portimonense):
“Na primeira parte, nós tivemos a bola, controlámos o jogo, dominámos o jogo, fizemos dois golos, temos mais duas ocasiões claras – uma na cabeça do Relvas e outra pelo Carlinhos – e podíamos ter um resultado até mais dilatado ao intervalo. Uma equipa a querer jogar, a procurar o jogo, gostei muito.
No primeiro tempo, nos momentos em que o Chaves se acercou com perigo da nossa área, foi quando a nossa pressão no médio que baixava para pegar o jogo não existiu. A linha de três, com o Rúben [Ribeiro] a baixar para pegar no jogo, aniquilava a pressão do Ronie e do Carlinhos, era necessário que um médio continuasse a ir com o Carlinhos fazer essa pressão. Isso foi falado ao intervalo, mas com o passar do tempo, essa pressão foi sendo cada vez mais reduzida.
Esta modalidade só tem uma bola, e quem não tem bola tem de correr atrás dela. Nesse aspeto, estivemos muito bem, o Chaves teve a bola no segundo tempo, começou a dada altura a carregar com alguma bola longa, para explorar a compleição física do jogo, sem criar ocasiões de golo.
Mas com ‘frisson’ na nossa área, nós a não jogar, muito preocupados em gerir a vantagem. Deixei que isso acontecesse, porque a frescura do Dener, que teve uma semana sem competir, e do Maurício, que veio de paragem prolongada, já não era a melhor para continuar a fazer o que vínhamos fazendo. Preferi jogar com a experiência deles, apesar de já desgastados, porque estavam a tapar bem os espaços.
E à espera, quando tiro o Ronie e meto o Rildo, de explorar a velocidade e matar o jogo. Tivemos duas ou três bolas em que podíamos ter feito o resultado final e, quando assim não é, o Chaves foi procurando e nós fomos resolvendo.
Uma vitória que me parece justa, apesar de reconhecer que a segunda parte não teve o brilhantismo com bola que teve a primeira. Mas fomos muito organizados, limpámos tudo o que havia para limpar dentro da área e acho que a vitória nos assenta muito bem.”
- Moreno (treinador do Desportivo de Chaves):
“Se fizéssemos, numa das várias oportunidades da segunda parte, o golo mais cedo, poderia o resultado ter sido outro.
Mas não sei se nós merecíamos outro resultado pela forma como disputámos a primeira parte. Temos de ser frios e realistas, a primeira parte foi muito má. Falta de agressividade, falta de intensidade, falta de coragem para termos o nosso jogo.
Sofrer golos muito fáceis para o adversário fez com que fôssemos para o intervalo com uma desvantagem de dois golos. E depois é difícil. No nosso campeonato, reverter uma desvantagem de dois golos é difícil, por muita qualidade que tenhamos, e até tivemos na segunda parte, e por mais vontade que tivéssemos na segunda parte.
É difícil reverter o resultado, por várias razões: porque o adversário baixa o bloco, porque o jogo passa demasiado tempo parado e também não há o tempo de compensação que vejo noutros jogos, com o tempo de paragens que existiu no jogo de hoje.
Não me quero agarrar a isto, porque os grandes responsáveis por este resultado somos nós. Temos de ter esta frieza e perceber que, se não mudarmos, vai ser difícil. Nunca enganei os sócios do Chaves, não é hoje que o irei fazer. Sabia da dificuldade que iria encontrar e temos, acima de tudo, de mudar a mentalidade, para competir a este nível.
Sou o grande responsável, não fujo. Não tenho nada a apontar aos atletas naquilo que é o dia-a-dia. A verdade é que chegam ao dia da competição e, em muitos momentos do jogo, não dão a resposta de que a gente está à espera. Temos de perceber porquê, e continuar o trabalho.
O momento é difícil, mas não me sei agarrar a mais nada que não seja o trabalho diário e ir à luta com estes atletas.”