O Desportivo de Chaves somou hoje o oitavo jogo seguido sem vencer na I Liga portuguesa de futebol, ao empatar 1-1 em casa com o Farense, em jogo da 20.ª jornada da competição.
Os flavienses jogaram com menos um jogador desde os 17 minutos, devido à expulsão de Ygor Nogueira, e viram-se em desvantagem no marcador aos 35, com o golo de Bruno Duarte, mas Héctor Hernández repôs a igualdade e fixou o resultado, aos 53, de grande penalidade.
O Desportivo de Chaves mantém-se em zona de despromoção, no 17.º e penúltimo lugar, com 14 pontos, mais um do que o último, o Vizela, que hoje perdeu com o Vitória de Guimarães (1-0), enquanto o Farense é sétimo colocado, com 25.
I Liga / Desportivo de Chaves – Farense (ficha)
O Desportivo de Chaves e o Farense empataram hoje 1-1, em jogo da 20.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.
Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Desportivo de Chaves – Farense, 1-1.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores:
0-1, Bruno Duarte, 35 minutos.
1-1, Héctor Hernández, 53 (grande penalidade).
Equipas:
- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, Carraça, Ygor Nogueira, Vasco Fernandes, Júnior Pius, Sandro Cruz, Guima (Benny, 46), Raphael Guzzo (Jô Batista, 46), Rúben Ribeiro (Morim, 90+1), Héctor Hernández (Paulo Víctor, 74) e Kelechi (Dário Essugo, 30).
(Suplentes: Rodrigo Moura, Bruno Rodrigues, Cafú Phete, Benny, Paulo Víctor, Sanca, Dário Essugo, Morim e Jô Batista).
Treinador: Moreno.
- Farense: Ricardo Velho, Pastor, Gonçalo Silva, Zach Muscat, Talocha, Caseres (Fabrício Isidoro, 67), Cláudio Falcão (Rafael Barbosa, 79), Elves Baldé (Cristian, 67), Mattheus Oliveira (Artur Jorge, 89), Marco Matias e Bruno (Zé Luís, 79).
(Suplentes: Luiz Felipe, Francisco Delgado, Igor Rossi, Artur Jorge, Rafael Barbosa, John Velasquez, Fabrício Isidoro, Cristian e Zé Luís).
Treinador: José Mota.
Árbitro: Ricardo Baixinho (AF Lisboa).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Kelechi (24), Ricardo Velho (51), Zach Muscat (60), Cláudio Falcão (65), Fabrício Isidoro (74) e Paulo Víctor (84). Cartão vermelho direto para Ygor Nogueira (17).
Assistência: 2.308 espetadores.
COMENTÁRIO:
Chaves em inferioridade garante terceiro empate consecutivo frente ao Farense
O Desportivo de Chaves e o Farense empataram hoje (1-1) em Trás-os-Montes, em encontro da 20.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, em que os visitados ficaram reduzidos a 10 aos 17 minutos, após expulsão de Ygor Nogueira.
Os algarvios souberam tirar partido da inferioridade numérica precoce dos transmontanos, que ficaram reduzidos a 10 elementos, aos 17, após Ygor Nogueira ver vermelho direto por entrada dura sobre Bruno Duarte, que viria a colocar os algarvios em vantagem aos 35.
No arranque da etapa complementar, o guarda-redes Ricardo Velho derrubou Jô Batista na área visitante e Héctor Hernández empatou a partida de grande penalidade (1-1), aos 53, resultado que se manteve inalterado até ao final do duelo entre os clubes dos extremos da Estrada Nacional 2.
Sem os castigados Steven Vitória e João Correia, o Desportivo de Chaves regressou ao esquema tático 3-4-3, que, a defender, se transformava num 5-2-3, com Sandro Cruz e Carraça a percorrer as alas.
Já o Farense apresentou o mesmo ‘onze’ que foi derrotado pelo FC Porto (3-1) no último fim de semana e mostrou-se mais tranquilo e a chegar com maior facilidade à área adversária.
Por sua vez, os transmontanos foram demonstrando fragilidade defensiva, mas mais qualidade na saída de bola, embora sem oportunidades efetivas de golo, ao passo que Bruno Duarte enfrentou Hugo Souza logo aos cinco minutos, mas não conseguiu superar o guardião brasileiro. O avançado conseguiu ganhar o primeiro canto a favor dos visitantes, valendo Ygor Nogueira para impedir que a bola entrasse nas redes transmontanas.
Já aos 13, o Farense tentou tirar partido da passividade da defesa dos visitados, com Mattheus Oliveira a saber demarcar-se, mas o médio brasileiro acabou por cabecear para fora à ‘boca’ da baliza do Desportivo de Chaves.
Pouco depois deu-se o lance fulcral do jogo, com o emblema flaviense a ficar reduzido a 10 elementos após Ygor Nogueira ser admoestado com a cartolina vermelha por derrubar Marco Matias à entrada da área transmontana, evitando que o avançado se isolasse, obrigando os visitados a alterar o esquema tático para um 4-4-1.
Em cima da meia hora de jogo, Mattheus Oliveira cobrou um livre a favor dos algarvios, mas a bola terminou nas mãos do guardião da casa e, pouco depois, Cláudio Falcão desperdiçou uma oportunidade flagrante.
Depois de várias tentativas, o Farense chegou ao golo por intermédio de Bruno Duarte, que colocou os algarvios na frente do marcador aos 35, após Guima ter perdido a bola em zona proibida.
Antes do intervalo, o avançado brasileiro tentou bisar, mas o remate passou por cima da baliza de Hugo Souza, enquanto Ricardo Velho travou sem dificuldade um cabeceamento de fora da área de Essugo, que se estreou pelo emblema azul-grená.
Já na etapa complementar, Moreno lançou Benny e Jô Batista para os lugares de Guima e Raphael Guzzo, respetivamente, alteração que obrigou Sandro Cruz a recuar à linha de três centrais, enquanto Carraça subiu para o meio-campo.
Aos 51 minutos, Jô Batista foi derrubado dentro da área algarvia por Ricardo Velho, que viu o cartão amarelo, decisão que se manteve após análise das imagens do videoárbitro (VAR).
Na marcação da grande penalidade, Héctor Hernández não falhou, repondo a igualdade no marcador e ‘carimbando’ o 10.º golo na temporada com a camisola ‘azul-grená’.
Do lado do Farense, depois de um cabeceamento falhado, Marco Matias viu Vasco Fernandes a negar-lhe o golo na ‘cara’ de Hugo Souza, enquanto Gonçalo Silva atirou para fora na sequência de livre batido pelo camisola 77.
Aos 82, num altura em que o Farense ia crescendo em campo, depois de não ter conseguido ganhar o ‘um para um’ com o guardião transmontano, que defendeu com o pé, Zé Luís teve tudo para marcar, mas o cabeceamento foi magistralmente defendido por Hugo Souza, apoiado por Vasco Fernandes, com um corte ao primeiro poste.
Já nos descontos, Zé Luís voltou a tentar a sorte e obrigou Hugo Souza a ‘voar’ para negar o golo ao cabo-verdiano e ‘segurar’ o empate até ao apito final.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Farense (declarações)
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves – Farense (1-1) da 20.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje em Chaves:
- Moreno (Treinador do Desportivo de Chaves):
“O jogo fica muito condicionado com a expulsão do Nogueira, até ao final da primeira parte nunca nos conseguimos encontrar, não conseguimos ter bola, não conseguimos ter movimentos de rutura. Ainda criámos uma oportunidade boa para fazer o primeiro golo do jogo, mas não fizemos uma boa primeira parte.
Depois com a comunicação que existiu no balneário, com o ajuste que existiu também a nível tático, na segunda [parte] acho que a equipa deu uma resposta melhor, não na qualidade de jogo, porque reconheço que não houve grande qualidade de jogo, mas fica difícil para uma equipa que competiu na quarta-feira ficar 90 minutos, dado o tempo de compensação, a jogar com menos um homem.
A resposta foi boa, agradou-me, não tenho nada a apontar naquilo que é a entrega dos atletas, mas nós percebemos que é pouco o empate, na situação em que estamos. Se fosse o início do campeonato, era normal, agora no momento em que estamos na época, o empate sabe a pouco pela situação desconfortável em que estamos.
Se não existisse a expulsão iríamos levar mais ou menos pontos? Não sei, poderíamos até ter perdido, agora que iria ser um jogo mais disputado, que iríamos ter mais oportunidades, disso não tenho dúvidas.
[Melhorias nos momentos com bola] Sinceramente, não [vi], mas é compreensível porque os espaços deixaram de existir, alguns movimentos com menos um homem também não existiam. Hoje é mais compreensível do que noutros jogos, sinceramente, mas senti a equipa com uma atitude, uma abordagem diferente de outros jogos que tivemos no passado, não num passado muito recente. Isto agrada-me, mas hoje contávamos, claramente, ficar cá com os três pontos.
O Essugo veio pelas características dele, pela qualidade humana que tem, pela vontade que demonstrou em vir para cá e não tenho dúvidas em como o grupo, neste momento, está mais competitivo, mais focado, está a pontuar mais do que nas cinco primeiras jornadas do campeonato e acho que esse é que foi, claramente, o grande desequilíbrio.
[Mau arranque do campeonato] Não estou aqui a apontar dedos a ninguém, mas a situação desconfortável que estamos tem muito a ver com o início do campeonato. Nas primeiras cinco jornadas sem competir, sem jogar contra nenhuma equipa grande, o Desportivo de Chaves fez zero pontos. Não era só a questão de pontuar, mas também de impedir que os adversários pontuassem, e essa série criou, realmente, um fosso e uma desconfiança ainda maior num grupo de trabalho que tem limitações como muitas equipas do nosso campeonato. O momento [em que estamos] condiciona, claramente, essa tal qualidade que é necessária”.
- José Mota (Treinador do Farense):
“O resultado é sempre justo porque marcámos um golo e o Desportivo de Chaves marcou outro, portanto, o resultado, por si só, resume-se aos golos. No cômputo geral, penso que fomos melhores porque durante a primeira parte, realmente, dominámos. Com bola tivemos algumas oportunidades muito boas, controlámos muito bem o jogo, em alguns momentos penso que fomos realmente melhores.
A expulsão pensamos que facilita a tarefa, [mas] não facilita. Por experiência, percebo que, muita das vezes, uma expulsão faz com que os próprios colegas sejam mais solidários, tenham uma atitude diferente.
Na segunda parte, há aspetos que também são importantes, as alterações que foram produzidas pelo técnico do Desportivo de Chaves. Sabíamos que ia ser também um futebol mais direto, o Jô todos nós percebemos como é a sua forma de jogar, agressiva, um homem que nunca desiste de lutar no meio dos centrais e nós aí deveríamos saber gerir melhor a posse de bola. Também é importante que o diga, não entrámos bem na segunda parte por mérito do Desportivo de Chaves e, entretanto, não foi dominando o jogo, foi chegando mais perto da nossa área. [Houve] uma série de situações que nos obrigaram a recuar e onde não fomos tão bons.
Oferecemos aquilo que é o melhor para as equipas que estão a perder, que foi aquele atraso de bola e, portanto, um golo que dá o empate. Há uma reação natural por parte do Desportivo de Chaves, mas com as alterações, penso que viemos outra vez ao de cima, mais calmos, mais tranquilos, tivemos mais bola, mais duas excelentes oportunidades. No cômputo geral, fomos melhores e merecíamos outro resultado”.