A população de Gimonde queixa-se que os esgotos correm a céu aberto para o rio que atravessa a aldeia. Além dos prejuízos ambientais que esta situação provoca, os moradores alegam que o cheiro é "insuportável". A culpa, dizem, é da Câmara de Bragança. Mas a autarquia garante que já estão em curso os procedimentos necessários para resolver o problema "o mais rápido possível".

Em algumas zonas da localidade de Gimonde, a cerca de 10 quilómetros de Bragança, é possível ver os esgotos da própria aldeia a correrem a céu aberto para o rio e as tampas de saneamento, que foram colocadas na aldeia e no rio, soltas ou destruídas, mas o "pior", dizem os populares, é aguentar com o mau cheiro, principalmente nos dias mais quentes. Os habitantes de Gimonde afirmam que o sistema de saneamento, executado há cerca de 8 anos, está "mal feito" e a própria Câmara de Bragança reconhece alguns erros de planeamento.

Esta situação não é novidade, remonta há dois anos. Mas de há uns tempos para cá tem vindo a piorar e o problema do sistema de saneamento está a tornar-se cada vez mais caótico. E os populares daquela localidade dizem estar "fartos" da situação.

Manuel Cortinhas vive em Gimonde, numa zona bem próxima do rio e... dos esgotos. O mau cheiro entra-lhe "até para casa" e "durante os meses de Junho a Agosto é realmente insuportável". Perto da sua habitação estão duas tampas de saneamento que acabaram por sair do lugar. Uma vez, Manuel Cortinhas teve que desviar a "porcaria" para outra zona. Colar a tampa com algum cimento foi outra das atitudes que teve de tomar. Por isso, este homem está "revoltado" com o arrastar do problema, que considera "uma vergonha", e critica o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, por ainda não ter tomado medidas quando, diz o morador, "já considerou Gimonde a aldeia do lazer".

Sebastião Gonçalves é outro habitante da mesma localidade que não se conforma com esta situação. "O mau cheiro é o principal problema", mas, acrescentou, "o rio Igrejas também está a sofrer as consequências". "Já ninguém se atreve a nadar aqui e muita gente desta zona que rega as suas plantações com as águas do rio, diz que as culturas estão a secar. Se é devido à água ou não, já não sei", afirmou Sebastião Gonçalves. O mesmo popular referiu ainda que os engenheiros da Câmara de Bragança têm ido ao local, "dizem que isto está mal feito, mas não fazem nada".

Contactado pelo Semanário TRANSMONTANO, o vice-presidente da Câmara de Bragança, Rui Caseiro, garantiu que já estão em curso os procedimentos necessários para resolver o problema "o mais rápido possível". O autarca acrescentou ainda que os projectos já estão encomendados, prevendo a adjudicação da obra para o próximo mês e o início "imediato" das obras necessárias. O mesmo responsável frisou a "prioridade" da situação, mas referiu a "complexidade" que todo este projecto envolve. Segundo Rui Caseiro, para resolver este caso vai ser necessário fazer a remodelação de uma conduta já instalada, continuar com o sistema de saneamento de um dos lados do rio e construir uma mini-etar (estação de tratamento de águas residuais) compacta. O vice-presidente da câmara disse ainda que, para além do saneamento estar incompleto, muitas pessoas da aldeia fizeram as ligações às condutas - sem autorização - o que originou este problema.



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