Cerca de dez mil pessoas aproveitaram para rever amigos, divertir-se e provar o melhor da gastronomia portuguesa. Jogos, música e danças folclóricas foram os ingredientes essencias para um dia muito bem passado.
Em Monção, o Encontro Anual das Comunidades Portuguesas juntou, no Parque das Caldas, cerca de dez mil pessoas, a grande maioria compatriotas, emigrados nos quatro cantos do mundo, mas que tiraram o dia 10 de Agosto para reviver o ambiente da sexta Festa de Verão ou, então, conhecê-la pela primeira vez. Foi o terceiro ano que o jornal O Emigrante/Mundo Português organizou este evento no coração do Alto Minho. Portugueses e luso-descendentes aderiram, gostaram e vibraram com muita animação.
Quem não pôde vir a Portugal este ano e visitar a Festa, teve a oportunidade de matar saudades, através da emissão especial da RTPi. Quatro horas em directo sempre deram para lembrar o Verão na terra.
Cedo, muito cedo ainda, começaram os últimos preparativos para o início da Festa. Os stands tomaram forma, os grelhadores prepararam as brasas e os palcos foram montados. Apenas a chuva parecia não arredar pé, mas os mais curiosos madrugaram na mesma para ver que agitação era aquela.
Como chegámos cedo, sentimos o Parque um bocado vazio, ainda estava tudo em preparação e com pouca gente”, contou a O Emigrante/Mundo Português Manuel da Silva Novo, natural da Póvoa de Varzim e emigrado em França. Mas, à hora de almoço, o espírito já era outro. “Estamos a viver mais o ambiente”, confesssou. Fernando Anes, de Bragança e a residir no Brasil, também foi muito directo. “Não era possível deixar passar mais um ano sem ver à Festa!”.
Enquanto a hora de almoço chegava e não chegava, o tempo foi abrindo e o momento era de passear com a família e amigos pelo recinto, obtendo informações nalguns stands, apreciando a paisagem junto ao rio, ou aderindo aos primeiros jogos tradicionais.
O tiro ao alvo teve um enorme sucesso e os prémios esgotaram todos ainda da parte da manhã! Quem disse que os participantes não tinham pontaria? Os presentes ganhos pelos adultos faziam, claro, as delícias dos mais pequenos.
A marca Portugal
Se há uma coisa boa no nosso país e que deixa saudade a quem emigra, é a gastronomia típica. A Festa das Comunidades faz sempre questão de brindar os visitantes com o tradicional bacalhau assado, febras grelhadas, sardinhas assadas e chouriço no pão. À beira rio, a refeição foi agradável e era altura de entrarem em palco os primeiros ranchos folclóricos da tarde. Portugueses, luso-descendentes e mesmo estrangeiros dançaram ao som da música.
Mas porque é bom recordar a juventude e os tempos de estudante, a Tuna Académica da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto cantou e encantou com temas bem conhecidos, como “Uma Casa Portuguesa”... com certeza, e o “Fado do Estudante”.
Também nos stands os visitantes pararam para fazer algumas perguntas. Leitores, assinantes e amigos encontraram a equipa de O Emigrante/Mundo Português no já habitual local do Parque das Caldas. O stand do Montepio Geral encarregou-se de animar os presentes com jogos divertidos, desde o “puxar a corda” à corrida de sacos, oferecendo brindes aos vencedores.
Para os apreciadores de vinho, os stands das adegas cooperativas produtoras de Alvarinho e a Carmim fizeram as suas delícias e, ainda na vertente tradicional de Monção, os stands de artesanato tiveram muitas visitas. Quem vive lá fora, procura sempre uma recordação e uma toalha em linho ou uma peça em cerâmica ajudam a matar saudades. Quem também não parou todo o dia foi o Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva, este ano a realizar electrocardiogramas, para além de medir a tensão arterial dos presentes. Até em dia de festa se cuida da saúde e já a noite ia alta quando as pessoas ainda alinhavam para ouvir o coração.
Algumas palavras de agradecimento aos presentes e de encorajamento aos emigrantes chegaram por parte do presidente da Câmara Municipal de Monção, Emílio Moreira, e do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesáreo, que se deixaram também envolver no clima de Festa, palavras que, através da RTPi chegaram a todos os portugueses no mundo.
A noite chega
No calor da tarde, Filipe Neves subiu ao palco principal, à medida que se aproximava a hora de outro artista português bem conhecido actuar - fez-se noite, fez-se silêncio e Carlos do Carmo cantou o Fado para todos os portugueses no Parque das Caldas.
Em contagem decrescente para o final da Festa, o grupo Pólo Norte atraiu os mais novos até ao pé do palco e puseram Monção a saltar e a vibrar.
Como não podia deixar de ser, a sessão de fogo-de-artíficio fechou com chave de ouro o VI Encontro Anual das Comunidades Portuguesas. No regresso a casa, o sentimento de que as férias ainda agora começaram. Quando terminarem, há mais um consolo: para o ano estaremos de volta!