«Impacto», é um espectáculo que fala da transformação do homem como agente e sujeito de mudança, enquanto criador e a criação. Do desencadear de forças que não domina, gerando reacções em cadeia.«O Homem mudou e mudou o mundo, transformando-o numa «Aldeia global». Foi bom? Foi mau?» Dia 29 de Abril, no Teatro Municipal de Bragança.
A sociedade contemporânea é feita de contrastes. Nunca a humanidade teve ao seu dispor tantos meios nem nunca enfrentou tantos desafios de identidade. Os meios tecnológicos que propiciam libertação, criando uma qualidade de vida nunca antes alcançada, são, ao mesmo tempo, nefastos ao próprio homem inúmeras vezes.
Em \"Impacto\", o coreógrafo Daniel Cardoso fala-nos do lado danoso da libertação enquanto poder de comunicação. Em palco transmite-se o lado bom e o lado mau dos efeitos da tecnologia que são difíceis de separar. A inexistência de contacto humano, o isolamento, o estar fechado em frente de um computador, vestindo a pele de mil e uma personagens enquanto comunicadores, mas fisicamente estamos fechados, isolados, sozinhos em \"palco\".
Paradoxalmente, comunicamos mais e mais facilmente através destes canais do que pelo contacto humano directo, o que conduz a que mais profundamente conheçamos melhor alguém nos antípodas do que o vizinho do lado. Que impacto tem a tecnologia nos humanos?
Criado em 2004, o Quorum Ballet é uma companhia de repertório residente nos Recreios da Amadora, composta pelos bailarinos Daniel Cardoso e Teresa da Silva, que passaram pela Martha Graham Dance Company, de Nova Iorque, Mónica Gomes e Iolanda Rodrigues, do extinto Ballet Gulbenkian, e Filipe Narciso, da Companhia Nacional de Bailado.
Daniel Cardoso nasceu em Lisboa há 30 anos e iniciou os estudos de dança com nove. Frequentou a Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa, trabalhou na Companhia Nacional de Bailado, foi bailarino principal da Martha Graham Dance Ensemble e trabalhou também com coreógrafos como Susan Stroman, Steve Rooks e Kenneth Topping.