O dia de hoje em Chaves é de contabilização dos estragos e de limpeza das lamas deixadas pela subida do caudal do rio Tâmega, que atingiu estabelecimentos comerciais e espaços públicos da cidade.

Quando esta manhã abriu as portas do restaurante “Verde Lírio”, na zona ribeirinha, junto à ponte romana, Maria Celina Salgado encontrou o chão cheio de lama deixada pela descida das águas do Tâmega.

Depois de na madrugada de segunda-feira ter subido cerca de três metros acima do caudal normal para esta época do ano, o rio voltou, durante a noite, ao seu leito.

A proprietária do restaurante disse à agência Lusa que ainda está a avaliar os danos deixados pela água, mas aponta já para duas arcas frigoríficas estragadas e outros equipamentos ligados à cozinha, e ainda para prejuízos a nível das paredes de gesso e do mobiliário de madeira.

Maria Celina lamentou a “falta de apoio”, salientou que “agora não fazem seguro” para estas situações e disse que vai necessitar da ajuda dos bombeiros para retirar a água que ainda permanece dentro de um armazém onde, apontou, “ficou tudo estragado”.

“Durante, pelo menos, oito dias não poderei reabrir o restaurante. Não é fácil”, disse, salientando que, depois do alerta lançado pela Proteção Civil, ainda conseguiu retirar equipamentos e elevar outros para cima do balcão (máquinas de lavar copos e da louça).

Dentro do espaço, onde a água subiu cerca de 50 centímetros, amigos da proprietária ajudam na limpeza das lamas e, na marginal em frente ao restaurante, trabalhadores da câmara já lavam os espaços públicos.

“Já iniciámos os trabalhos de limpeza das vias, de verificação das caixas de saneamento e de águas residuais e recolocação de tampas que tenham sido levantadas com a água. Iniciámos esses trabalhos de limpeza e de avaliação da extensão dos danos nas infraestruturas públicas e, ao nível privado, espaços comerciais ou eventuais prejuízos em casas”, afirmou à Lusa o vereador da Proteção Civil de Chaves, Nuno Chaves.

As operações de limpeza incidem prioritariamente na zona pedonal e nas ruas e estradas municipais que foram inundadas.

O responsável disse ainda haver três situações identificadas de deslizamentos de terras e derrocadas de muros.

Foto: João Martinho



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