A Santa Casa da Misericórdia de Chaves vai encerrar, no final de julho, o centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) de Casas dos Montes por motivos económicos, colocando no desemprego uma funcionária, disse hoje fonte da instituição.

O provedor da Misericórdia, João Paulo Abreu, afirmou à agência Lusa que as dificuldades financeiras da instituição ditaram o fecho do ATL com 12 crianças.

\"O espaço educativo estava a dar prejuízo porque tínhamos poucos miúdos e não era viável mantê-lo aberto\", disse.

Das duas funcionárias a trabalhar no ATL, explicou o dirigente, só uma será despedida, dado que a professora irá ser colocada no ATL da vila de Vidago, Chaves.

Além do encerramento da estrutura de Casas dos Montes, o provedor assumiu que a Santa Casa tem de \"fazer cortes\", pelo que está a estudar a redução do quadro de pessoal.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) considerou, em comunicado enviado à Lusa, que o fecho do ATL deixa os pais das crianças numa situação «difícil«, num momento em que a degradação das condições de vida e de trabalho das pessoas está «cada vez mais» acentuada.

\"A Santa Casa da Misericórdia tem na cidade uma função social muito importante e, por isso, deve procurar tomar medidas no sentido de viabilizar o funcionamento do ATL, cujas instalações são ótimas para acolher mais crianças\", referiu.

O CESP considerou que a instituição vai pela via \"mais fácil\", que é encerrar o equipamento, e despedir funcionárias. E, realçou o sindicato, a Misericórdia encerra o ATL de Casas dos Montes, mas mantém em funcionamento o de Vidago com \"apenas\" dois alunos.

\"Que critérios presidem a esta decisão?\", questionou.

O provedor explicou que o centro educativo de Vidago continua em funcionamento porque não existe oferta nessa vila de Trás-os-Montes, enquanto em Chaves há muitas alternativas. Mas, garantiu, \"no final do verão a sua manutenção será analisada\".

O sindicato pediu reuniões à Segurança Social e à Câmara de Chaves para às alertar para as consequências do fecho do ATL.

\"Vamos acompanhar a situação e tudo faremos para que os postos de trabalho sejam salvaguardados\", terminou o CESP.

Os 230 trabalhadores da Misericórdia não receberam o subsídio de Natal e têm salários em atraso.

O Governo atribuiu, no ano passado, através do Fundo Social de Socorro, um subsídio no valor de 300 mil euros à instituição para se \"reequilibrar financeiramente\".



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