O musical \"Amália\", de Filipe La Feria, há três anos em cena em Lisboa, sempre com lotações esgotadas, inicia terça-feira uma digressão por França e Suíça.
A peça sofreu algumas alterações relativamente à apresentada em Lisboa, \"aproximando-se mais da estreia no Funchal\", disse à Lusa Carlos Gonçalves, das Produções La Feria.
\"Amália\" sobe à cena dia 14, em Bordéus, no Teatro Mériadeck, no dia seguinte apresentar-se-á em Tours, no dia 16 em Orleans e no dia 17 sobe à cena no Zénith, em Paris, onde permanecerá até ao dia 19.
As vendas de bilhetes \"estão a correr bem\", segundo disse à Lusa Joana Grymberg, da produtora GLEM, que contabiliza já uma data esgotada em Paris. A noite de sábado, dia 18, tem já os 5.000 lugares vendidos.
O musical \"Amália\" apresentar-se-á posteriormente em Grenoble (dia 21), Lyon (dia 22), Genebra (dia 23), Estrasburgo (dia 24), Namcy (dia 25) e dia 26 em Amneville.
Fora de Paris, a maioria dos bilhetes foi procurada pela comunidade portuguesa, mas na capital francesa \"o público é mais variado\", disse Joana Grymberg.
Em Paris vários cartazes no metropolitano anunciam a peça como \"uma homenagem à diva do fado\".
O musical, com cerca de três horas na versão apresentada em Lisboa, foi reduzido a uma hora em meia. \"Foram cortadas muitas cenas sem qualquer referência para os franceses\". A personagem do empresário italiano Eduardo Ricciardi foi suprimida, surgindo a do cantor francês Charles Aznavour (interpretada por Tiago Sepúlveda) que compôs para a fadista \"Ay mourrir pour toi\".
Foi também introduzida a canção \"LÈimportant cÈest la rose\", de Gilbert Bécaud, que Amália gravou e \"com a qual obteve um estrondoso sucesso\".
\"Em termos cénicos não irão surgir as estruturas elevatórias, o que agiliza a produção\", disse ainda Carlos Gonçalves.
Em termos do elenco original há ausências, nomeadamente a de Noémia Costa no papel de Berta Cardoso, que já se fizera sentir nos últimos meses da peça em Lisboa, a de Carlos Quintas, \"actualmente a fazer \"My Fair LadyÈ, no Politeama\", em Lisboa, assim como a de Henrique Feist.
Carlos Quintas, que incarnava a figura do compositor Frederico Valério, é substituído por José Manuel Lourenço. O compositor não é um desconhecido para os franceses, já que na década de 1970 uma composição sua, \"Les Cloches de Lisbonne\", obteve assinalável êxito.
O musical \"Amália\" será interpretado em língua portuguesa, \"podendo os espectadores seguir os texto através de um sistema electrónico de legendas\".
Alexandra continuará à frente do elenco de cerca de 50 pessoas, entre actores, músicos e bailarinos. Em Lisboa 102 pessoas constituíam o elenco, que mereceu rasgados elogios da crítica. Liana, Isabel Noronha, Marline Costa, Mariema, Patrícia Resende, Paula Marcelo e Carlos Verissímo são alguns dos nomes em cartaz.
Carlos Gonçalves disse à Lusa que \"estão a ser equacionadas outras propostas de apresentação do musical no estrangeiro, designadamente no Brasil e Estados Unidos\", mas escusou-se a adiantar calendários.
A peça \"Amália\" estreou-se na \"noite do milénio\" no Casino do Funchal, a 31 de Dezembro de 1999, onde esteve em cena durante 13 dias.
A peça baseia-se na biografia escrita por Vítor Pavão dos Santos sobre a fadista. \"Um espectáculo tão próximo do real quanto possível, mas com a sua centelha de romantismo e de ficção que alimentam o teatro\", como afirmou à Lusa Filipe La Féria.