O Hospital de Chaves começou ontem a testar os sistemas ligados às novas tecnologias da comunicação, cuja instalação terminou há apenas alguns dias. O arranque oficial de dois desses projectos, denominados \"Alert\" e \"Manchester\", é já no próximo dia 5.

O \"Alert\" é um projecto pioneiro no país e pretende acabar com os registos clínicos em papel. A partir do momento em que este sistema informático esteja operacional, tudo o que diga respeito ao doente, desde a requisição de exames, passando pela medicação, será registado em suporte informático. Esta informação estará acessível em qualquer momento através de simples cliques em terminais de computadores, espalhados pelo Hospital. No entanto, a informação disponível no computador irá variar conforme a função de quem a requisite. Assim, um médico terá acesso a detalhes sobre o estado de um doente que não estarão disponíveis a um funcionário administrativo que pretenda, por exemplo, para informar um familiar do paciente.

O \"Manchester\", por sua vez, consiste na priorização do atendimento no serviço de urgências, ou seja, em vez dos doentes serem atendidos em função do horário da chegada, com a implementação deste sistema, estes passarão a ser atendidos em função da gravidade do seu estado. Esse apuramento será feito por clínicos numa sala própria para o efeito. Desta forma, os utentes serão classificados em termos de cor, que varia consoante a gravidade do estado de saúde. Será a cor que determina o tempo de atendimento. Assim, o tempo ideal de atendimento de um doente classificado com a cor vermelha, por exemplo, é de dez minutos, ao passo que um utente com cor amarela poderá demorar meia-hora.

Mas a informatização do hospital traz outra novidade: o sistema de videoconferência, que também já está a ser testado, e que irá ser utilizado nas áreas do pré-natal e da oncologia. Este sistema, que permite a transferência de imagens e sons em tempo real, vai possibilitar, por exemplo, que uma ecografia de uma grávida possa ser analisada pelo obstetra que está com a paciente em Chaves e por outro que se encontre em Vila Real, por forma a que estes dois profissionais possam trocar informações. O mesmo se passará em relação a doentes de oncologia, que através deste sistema, poderão ser \"vistos\" por um médico que se encontre do Centro de Oncologia do Porto.

A implementação destes sistemas, que incluiu também a instalação das infra-estruturas necessárias para o efeito, levou a um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros.

Ciente dos \"benefícios\" para o utente com a utilização das novas tecnologias da comunicação, o director do hospital, Francisco Taveira, apela à colaboração de todos para esta primeira fase experimental.

Reabilitação da fisioterapia à espera de aprovação

O Hospital de Chaves tem já concluído um projecto que prevê a restruturação do Serviço de Fisioterapia, que em breve deverá ser enviado para o Tribunal de Contas, a fim de ser aprovado.

Orçado em cerca de 500 mil euros, o projecto inclui a reabilitação do actual espaço, ampliando-o cerca de dez vezes mais. \"Se o projecto for aprovado em vez de uma unidade de fisioterapia, teremos um serviço, que permitirá, inclusivamente, a criação de novas áreas, como por exemplo, o treino de voz\", explicou o director do hospital, Francisco Taveira.



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