A extinção da Casa do Douro (CD), que representa 40 mil viticultores, pode até ser desejada por alguns, mas, na região, é considerada «impensável», quer para quem vive da lavoura quer para políticos. Em declarações ao JN, na edição de domingo passado, fonte oficial do Ministério da Agricultura considerou que aquele ministério «nada tem a ver com a Casa do Douro».
O presidente da instituição já reagiu, pedindo \"propostas concretas a favor dos sector vitivinícola duriense e dos seus perto de 40 mil viticultores, a maioria a viverem hoje no limiar da pobreza\".
A CD garante que \"tem em adiantado estado de organização o lançamento de várias iniciativas a favor de um futuro que melhore as condições de actuação da instituição\", e mostra-se \"disponível para o diálogo\". Neste pormenor, quer deputados do partido do Governo quer da oposição apoiam \"A extinção da Casa do Douro nem sequer é equacionável\", diz Ricardo Martins, do PSD. \"Algumas pessoas falam da extinção, mas eu, como político e também como agricultor, considero que isso não faz qualquer sentido, porque o Douro precisa de uma organização forte \", diz Jorge Almeida, do PS.
O presidente da Unidouro (União das Adegas do Douro), José Manuel Santos, admite que \"a própria Casa do Douro tem a responsabilidade de se refundar, mas o Governo não pode fugir às suas responsabilidades. Tem de ajudar a resolver um problema que o próprio ajudou a criar, ao retirar competências à CD sem contrapartidas. Deixar a instituição definhar é total irresponsabilidade\", afirma, acrescentando que \"o Ministério da Agricultura não pode lavar as mãos como Pilatos\". \"Como falar de interprofissionalismo com um comércio forte e uma produção descapitalizada e falida?\", realça.
Eduardo Lopes, das Caves Santa Marta, lembra que \"a Casa do Douro é útil à região e a lavoura tem de ter uma voz activa e que a represente com dignidade\"