Um ex-vereador da Câmara Municipal de Bragança e ex-presidente do Agrupamento de Defesa Sanitária (ADS) quer comprar 51% do capital do matadouro local. Gerido actualmente pela empresa Terra Fria Carnes, foi inaugurado em 2001 e construído com um financiamento de 66% da União Europeia.

Nesta altura, a Autarquia detém 49% do capital e o ADS tem 51%. E é precisamente este último sócio que quer vender a sua quota a Luís Afonso, uma das personalidades de Bragança que estiveram ligadas ao matadouro desde o lançamento do projecto.

Um possível negócio considerado «ilegal» por Guedes de Almeida, advogado e membro da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Bragança. O causídico considera que se o negócio for em frente «pode ser anulado, porque estão em causa dinheiros públicos e um sócio não pode comprar a quota do próprio agrupamento». Guedes de Almeida diz que estes casos estão obrigados a concurso público.

Luís Afonso considera que está dentro da lei e que tem legitimidade para adquirir a quota da unidade de abate, porque o negócio foi proposto aos sócios, por meio de carta registada, depois de se ter concluído que o ADS não tinha capacidade financeira para injectar o capital necessário para continuar a viabilizar a estrutura.

O matadouro tem vindo a acumular dívidas superiores a 500 mil euros, à razão de 100 mil euros por ano. Luís Afonso diz que o projecto correu mal desde o início, porque os marchantes negoceiam em carne espanhola, que serão 80% da que se vende nos talhos locais.

O facto de a Associação de Criadores de Raça Mirandesa ter deixado de abater os animais em Bragança também pesou, porque representava 33% dos abates.



PARTILHAR:

iniciativa do Centro Cultural

Feira de artesanato