Os produtores de gado bovino do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança, mostram-se apreensivos quanto à perda de rendimentos nas explorações devido aos efeitos da Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE).

Em declarações prestadas hoje à agência Lusa, o secretário técnico da Associação Nacional de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, Válter Raposo disse que, quando infetados, os animais ficam vulneráveis porque a sua imunidade fica mais comprometida, o que deixa os agricultores apreensivos quanto ao rendimento das suas explorações.

“Depois de um cenário de seca que já dura há dois anos vir agora uma peste é de ficar muito apreensivo em relação ao futuro das explorações pecuárias e consequente produção de carne, neste caso”, indicou o também médico veterinário.

De acordo com o responsável, esta doença é provocada por um mosquito, não sendo transmitida aos humanos, e tem origem nos cervídeos (corços), manifestando-se através da picada deste inseto.

Os primeiros casos detetados nestes territórios são referentes a julho e início de agosto, tendo sido mais frequentes desde o início de setembro, o que está a deixar os produtores pecuários preocupados.

De acordo com um edital da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) datado de 06 de outubro, encontram-se afetados pela DHE “todos os distritos e concelhos do território de Portugal Continental”.

Válter Raposo alertou para a necessidade de haver um cuidado redobrado nas explorações pecuárias com a utilização frequente de repelentes para insetos.

De acordo com o veterinário, os concelhos mais afetados pela DHE neste território nordestino são os de Mogadouro, Miranda do Douro e parte de Vimioso, havendo também registo no concelho de Bragança.

O município de Mogadouro anunciou que a partir de segunda-feira será distribuída gratuitamente aos produtores pecuários desparasitante externo para prevenção da DHE em bovinos, sendo que para o efeito basta contactar o Gabinete Municipal de Veterinária.

A Lusa fez um pedido de esclarecimentos à DGAV e aguarda resposta.

Segundo um edital publicado no sítio oficial da Internet, a DGAV indica que os sinais clínicos desta doença são febre e falta de apetite, estomatite ulcerativa – lesões na mucosa da boca, produção excessiva de saliva e dificuldade em engolir, coxeira, devido à inflamação das coroas dos cascos, e úbere avermelhado.

“A DGAV aleta que esta doença pode provocar a morte do animal, mas é mais frequente a sua recuperação em duas semanas”, acrescenta.

A notificação de qualquer suspeita deve ser realizada de forma imediata aos serviços da DGAV, para permitir uma rápida e eficaz implementação das medidas de controlo da doença no terreno.

Deverão também ser reforçadas medidas de higiene e desinsetização de instalações para controlo vetorial, bem como dos veículos de transporte.

As medidas de controlo a implementar serão adaptadas em função da avaliação das medidas de vigilância e baseiam-se na delimitação de zonas livres e zonas afetadas, bem como na implementação de condicionantes à movimentação animal das espécies sensíveis.

De acordo com a DGAV, focos da DHE foram detetados em Badajoz em novembro de 2022.

Foto: AP



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