O Centro Oncológico de Vila Real vai ser a unidade de referência para o tratamento de doentes com patologias oncológicas do distrito de Bragança, evitando a deslocação destes utentes para o Porto, anunciou hoje a unidade hospitalar.

O Ministério da Saúde determinou, através do Despacho n.º 15/2016, que o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), sediado em Vila Real, possibilite tratamento a doentes da área oncológica da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE).

De acordo com a administração do CHTMAD, esta "realidade promove uma maior acessibilidade e proximidade aos cuidados de saúde no tratamento das doenças oncológicas no interior do país".

Até agora, os utentes do Nordeste Transmontano tinham como unidade de referência o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, afirmou hoje à agência Lusa que esta decisão da tutela da Saúde vem "dar resposta a uma reivindicação antiga" e vai "justificar ainda mais a aquisição de um segundo acelerador linear" para os tratamentos de radioterapia no Centro Oncológico.

"Estávamos cansados de ver passar na autoestrada os doentes que se iam tratar ao Porto e não ao CHTMAD", salientou o autarca.

Rui Santos, que se reuniu na semana passada com o ministro da Saúde, disse ainda ter sido informado de que vai ser iniciado o processo para a aquisição de um segundo acelerador linear, que espera que possa estar em funcionamento no centro hospitalar durante o primeiro trimestre do próximo ano.

O autarca de Vila Real alertou no início do mês para uma avaria no acelerador linear do CHTMAD, o que fez parar durante uns dias os tratamentos de radioterapia no Centro Oncológico.

Segundo dados do CHTMAD, em 2015, foram realizados 4.956 consultas e 10.160 tratamentos de Radioterapia, enquanto a nível da oncologia foram realizados 8.356 consultas e 7.923 tratamentos em hospital de dia.

Rui Santos referiu também que o ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu ter sido dada autorização ao CHTMAD para a contratação de 56 enfermeiros e ainda, através do regime de prestação de serviços de um urologista e de 10 anestesistas, o que "vai permitir colocar de novo todas as salas de cirurgia a funcionar".

A tutela deu ainda autorização para contratação de um cirurgião vascular, uma especialidade que ficou suspensa no CHTMAD depois da única médica ali existente ter sido contratado por uma unidade de saúde de Guimarães, uma situação que deixou o autarca de Vila Real "perplexo" e "preocupado".

Quando saiu esta especialista, o centro hospitalar possuía, segundo Rui Santos, mais de 325 cirurgias em lista de espera e 829 consultas.

O presidente eleito pelo PS afirmou que estes anúncios "são passos certos" que o CHTMAD está a dar. O ideal para si seria que os médicos a contratar ficassem no quadro do hospital, mas reconheceu que, para já, essa é uma possibilidade que "não pode ser concretizada".
Lusa



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