O distrito de Vila Real vota tradicionalmente no PSD nas eleições legislativas, um domínio quebrado pelo PS apenas nas maiorias absolutas de José Sócrates (2005) e António Costa (2022).

O círculo eleitoral de Vila Real elege cinco deputados à Assembleia da República e, para as eleições de 18 de maio, tem 206.902 eleitores inscritos e 13 partidos concorrentes.

Tradicionalmente, o Partido Social Democrata tem sido o mais votado nas eleições legislativas no distrito de Vila Real, um domínio que foi quebrado apenas duas vezes pelo Partido Socialista.

Em 2005, o PS, liderado por José Sócrates, obteve uma maioria absoluta no país e o partido venceu pela primeira vez no círculo eleitoral transmontano, conquistando três dos cinco mandatos com 55.260 votos (43,84%) contra os 50.767 (40,27) do PSD.

A vitória socialista repetiu-se apenas em 2022, quando António Costa conseguiu também uma maioria absoluta. O PS obteve 43.489 votos (41,29%) e o PSD 42.135 (40,01%).

Uma das vitórias mais expressivas dos social-democratas aconteceu em 1987, quando o partido alcançou uma maioria absoluta a nível nacional sob a liderança de Aníbal Cavaco Silva.

Os deputados eleitos pelo distrito foram distribuídos pelo PSD e PS até às legislativas de 2024, quando o Chega elege o primeiro deputado por este círculo eleitoral.

A Aliança Democrática (AD) - coligação que uniu o PSD, o CDS-PP e o PPM - ganhou as últimas eleições com 46.040 votos (39,33%), o PS obteve 34.654 votos (29,60%) e, em terceiro lugar, ficou o Chega que teve 20.032 votos (17,11%).

Quanto aos restantes partidos com assento parlamentar, o BE obteve 2.865 votos (2,45%), a IL 2.378 votos (2,03%), a CDU 1.599 votos (1,37%), o Livre 1.592 votos (1,36%) e o PAN 1.062 votos (0,91%).

Também neste círculo, o ADN obteve um surpreendente quarto lugar ao ter 2.958 votos (2,53%).

Para estas eleições de 2025, a AD – Coligação PSD-CDS aposta na ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real, pediu a suspensão do terceiro mandato autárquico para encabeçar a lista do PS.

O Chega volta a apostar na deputada Manuela Tender, que já tinha sido deputada na Assembleia da República eleita pelo PSD entre os anos de 2011 e 2019, e que se desfiliou do partido no início de 2020 por divergências com a distrital social-democrata.

Para as eleições de 18 de maio, o Bloco de Esquerda (BE) aposta na professora universitária Anabela Branco Oliveira, a Iniciativa Liberal (IL) na médica Joana Ferreira e a CDU repete o jurista e ex-deputado José Luís Ferreira.

O Livre escolheu o professor no ensino superior Daniel Ramalho, a Alternativa Democrática Nacional (ADN) o engenheiro reformado João Vilela Cabeço, o Reagir Incluir Reciclar (RIR) o empresário António Oliveira e o Ergue-te a empresária Irene Costa.

O professor Edgardo Madeira encabeça a lista do Partido Popular Monárquico (PPM), pelo Pessoas–Animais–Natureza (PAN) concorre o gestor de cliente Rui Almeida e, pelo Volt, avança a operadora especializada Sílvia Mourinha.

O distrito transmontano perdeu quase 21.000 habitantes numa década e tinha, aquando dos Censos 2021, 185.695 residentes, um decréscimo demográfico que afetou os seus 14 concelhos.

Entre os temas que mais preocupam os partidos que concorrem pelo distrito estão o despovoamento, o envelhecimento da população, o acesso aos serviços de saúde, a exploração de lítio em Boticas e Montalegre, a ferrovia e a adiada reativação da Linha do Douro até Barca d’Alva, bem como a crise de vendas de vinho que afeta os produtores da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo.


Grafico: Resultados legislativas 24



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