A diretora-geral da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), Rosa Amador, disse hoje aos jornalistas que “tudo indica” que a produção de vinho na Região Demarcada do Douro “deverá rondar ou até ser inferior à colheita declarada no ano passado", que foi de 232 mil pipas.
Douro deverá produzir cerca de 230 mil pipas nesta vindima, um valor inferior ao inicialmente estimado e justificado pela pressão de algumas doenças na vinha, com destaque para o míldio, revelou a associação de viticultura duriense.
A diretora-geral da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), Rosa Amador, disse hoje aos jornalistas que “tudo indica” que a produção de vinho na Região Demarcada do Douro “deverá rondar ou até ser inferior à colheita declarada no ano passado”, que foi de 232 mil pipas.
Um valor que, a concretizar-se, será também inferior à previsão do potencial de colheita à floração e que apontava para uma produção entre as 254 mil pipas e as 273 mil pipas. As previsões da ADVID são baseadas no método de pólen e, por isso, não têm em consideração os fatores pós-florais, que podem alterar o potencial de colheita.
“O que está a acontecer é que o míldio ainda está ativo, portanto o que nos leva a concluir que as previsões que obtivemos com o método de pólen não se vão concretizar”, explicou Rosa Amador.
A situação não é igual em todo o Douro nem é comparável com anos anteriores. Em algumas regiões, as vinhas estão completamente sãs e, em outras, as videiras estão já amareladas, aparentando estar queimadas.
“A pressão do míldio está a ser muito grande. As condições climáticas, com muita humidade no solo, levaram a uma expansão vegetativa muito rápida, o que faz com que não haja tempo para entrar na vinha para fazer os tratamentos”, salientou a responsável.
Este está a ser, segundo Rosa Amador, um “ano complemente fora do normal”.
Os meses de junho e julho foram chuvosos, criando condições para a propagação do míldio, um fungo que pode infetar todos os órgãos verdes da planta – folhas, cachos e pâmpanos.
Rosa Amador disse ainda que se espera uma colheita “de qualidade”. “A história diz-nos que os anos de míldio são anos de ‘vintage’”, referiu.
A ADVID advertiu que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas que se registarem até setembro.
Este ano, a vindima deverá começar com um atraso de cerca de dez dias comparativamente com a média da região e cerca de três semanas comparativamente com 2017, ano em que, por causa da seca, a colheita começou em agosto.
As previsões de vindima são um dos parâmetros avaliados pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para definir o benefício, ou seja, a quantidade de mosto que cada produtor pode transformar em vinho do Porto e que, este ano, se fixou nas 116 mil pipas.