O rio Douro galgou hoje as margens no Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, e entrou em quatro bares da zona ribeirinha, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros voluntários.

Carlos Pereira referiu que o “rio transbordou as margens e, pelo menos, quatro bares já estão com água”.

Segundo o comandante, atingiu ainda os ‘stands’ de venda de bilhetes para os barcos turísticos que se encontram na zona do cais fluvial do Pinhão.

“Isto às vezes é também um pouco por teimosia das pessoas que estão alertadas, mas que acham que o rio não vai subir e à última hora é que andamos aqui a tentar tirar as coisas”, referiu.

O responsável disse ainda que os bombeiros e elementos da Proteção Civil Municipal ajudaram também a retirar os carros que estavam estacionados naquela zona.

Carlos Pereira referiu que as previsões de quinta-feira apontavam para que o caudal do Douro chegasse “aos passeios”, mas não que “galgasse os passeios e a estrada”, como veio a acontecer, havendo alguns sítios em que se estende já por cerca de “seis a sete metros”.

Os afluentes do Douro, como o rio Tua, estão também, neste momento, a debitar muita água.

Várias viaturas submersas e inumeras inundações na zona verde e em garagens é o resultado da subida do caudal do Rio Tua em Mirandela.

Segundo fonte dos bombeiros de Mirandela, no distrito de Bragança, a subida do caudal do rio, que galgou as margens esta madrugada, provocou estragos em duas viaturas, que acabaram por ficar submersas.

A presidente da câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, avançou que o nível das águas do rio Tua estava já “a baixar" pelas 15:30.

"Registamos um abaixamento no caudal do rio de cerca de 120 centímetros, depois de o rio ter galgado as margens, junto à zona ribeirinha da cidade, durante a madrugada. A situação tende a normalizar, caso as condições climatéricas não se agravem", disse a autarca.

Mais abaixo do Pinhão, em Peso da Régua, o rio já submergiu os estabelecimentos localizados no cais fluvial, um bar e uma loja de artesanato, que já se encontravam vazios.

As atenções das autoridades centram-se agora na Avenida do Douro, a primeira artéria a ser afetada se o rio continuar a subir, podendo condicionar esta via de ligação a Mesão Frio.

A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou 70 pessoas desalojadas, registando-se até à manhã de hoje mais de 6.200 ocorrências.

Num balanço feito à agência Lusa cerca das 09:00 de hoje, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), disse que foram registadas 6.237 ocorrências desde quarta-feira, afetando em especial os distritos de Porto, Viseu e Lisboa.

O responsável destacou como ocorrências principais as quedas de árvores, movimentos de terras, inundações e quedas de estruturas. O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.


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