A Região Demarcada do Douro (RDD) poderá produzir nesta vindima entre as 192 mil a 211 mil pipas de vinhos, prevendo-se uma quebra devido aos ataques de míldio e ao granizo.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), durante uma reunião com associados, no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

A diretora-geral da ADVID, Rosa Amador, referiu que as previsões, baseadas no metido de pólen, apontam para uma produção entre as 192 mil e as 211 mil pipas de vinho. De acordo com a responsável, este valor, comparativamente com a produção declarada no ano passado (262 mil pipas de vinho), poderá representar "uma quebra de 19 a 27%".

O ano de 2016 começou com um inverno e uma primavera com muita chuva. Primeiro, foram os estragos com a derrocada de muros e patamares de vinhas durienses, depois, devido à elevada humidade, a pressão das doenças, principalmente do míldio, e, mais recentemente, a queda de granizo.

Rosa Amador justificou a quebra de produção prevista "essencialmente pela pressão do míldio", salientando que este foi "um ano com uma grande incidência desta doença".

O míldio da videira é um fungo que pode infetar todos os órgãos verdes da planta - folhas, cachos e pâmpanos. A responsável referiu que o Douro é muito heterogéneo e que os viticultores que conseguiram controlar a doença, através dos tratamentos, preveem quebras mais baixas.

No entanto, devido ao mau tempo sentido na semana passada, com chuvas fortes e granizo a atingirem concelhos como Alijó, Sabrosa ou Vila Nova de Foz Côa, perspetiva-se que o decréscimo de produção "possa estar mais próximo dos 27%". "Poderá ser entre os 25 a 30%", frisou a responsável.

A ADVID advertiu que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas e fitossanitárias que se registarem até setembro. "O ciclo vegetativo está atrasado, o que nos faz pensar que a vindima vai ser mais tardia e podemos vir a ter surpresas com chuvas precoces", salientou Rosa Amador.

A ADVID é uma associação privada, sem fins lucrativos, criada pelas principais empresas de vinho do Porto com o objetivo de contribuir para a modernização da viticultura do Douro e melhoria da qualidade dos vinhos.
Lusa



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