No passado dia 5, o Primeiro Ministro, Durão Barroso, recebeu a AUIP4, atendendo assim um pedido que a associação lhe tinha feito no início do seu mandato. O presidente da AUIP4, Luís Bastos, levou consigo uma petição com 11 mil assinaturas, onde se pede o prolongamento da A4 até Bragança. E recebeu do líder do Governo a garantia de que a conclusão dos estudos e do projecto de prolongamento da A4 desde Amarante até Vila Real deverá ocorrer até ao segundo semestre de 2003, podendo as obras ser adjudicadas e arrancar no primeiro semestre de 2004. Durão Barroso já tem inclusivamente em seu poder os pareceres técnicos que sustentam a viabilidade financeira desse prolongamento, que funcionará em regime de portagens reais.

Normalmente, o Primeiro Ministro não recebe pessoalmente as petições, mas, segundo Luís Bastos, "foi aberta uma excepção", por se tratar de "um tema defendido pelo governante em campanha eleitoral". Quando era líder da oposição, Durão Barroso admitiu mesmo que a sinistralidade no IP4 "não se deve apenas a má condução, há também algumas responsabilidades do Estado". E fez então a promessa que, se fosse eleito, transformava o IP4 em auto-estrada.

Apesar de estar "satisfeito" com o "empenho" do líder do Governo, Luís Bastos garante que a associação "não irá baixar os braços" e "não dará o processo por encerrado enquanto não forem tomadas medidas simples e baratas" para diminuir a sinistralidade. Algumas destas medidas, que também foram apresentadas ao Primeiro Ministro, são a colocação de radares fixos ao longo do IP4, a existência de viaturas médicas de emergência rápida, a adequação da central telefónica de emergências (112), melhor sinalização e a atribuição de mais meios à Brigada de Trânsito para o controle desta via. Durão Barroso garantiu que ia submeter estas propostas à consideração do ministro da Administração Interna.

Mas apesar do Primeiro Ministro ter "prometido" prolongar a A4 de Amarante até Vila Real, a AUIP4 deixou claro que pretende que a auto-estrada se estenda até Bragança. E chegou mesmo a sugerir que esta seja construída simultaneamente em duas frentes. Isto é, enquanto se iniciassem os trabalhos no sentido Vila Real/Amarante, poderiam também iniciar-se as obras a partir de Quintanilha até Vila Real, de forma a que os espanhóis procedessem a uma ligação até à futura A4. No entanto, esse deseje vai ficar adiado. A continuação da A4 até Bragança ficará dependente da melhoria das condições financeiras do país e do programa de acessibilidades a apresentar pelo Governo espanhol.

A AUIP4 está satisfeita com as garantias que trouxe de Lisboa, mas promete estar atenta a todos os passos que forem dados neste sentido. Porque "não queremos só uma auto-estrada, mas sim uma auto-estrada segura", justificou Luís Bastos.



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