Transformar Bragança numa eco-cidade produtora e exportadora de energia «verde» e de inovação na área do ambiente é a aposta para os próximos anos da autarquia local.
A ideia está a ser trabalhada há cinco anos e o presidente da Câmara, Jorge Nunes, quer agora aproveitar os financiamentos do novo quadro comunitário de apoio para concretizar aquele que apelida de «um conceito para o município e para a região».
O ambiente é o elemento central deste conceito que tem como base física um centro de inovação e um ecoparque orçados em cerca de 18 milhões de euros e cuja localização ainda não foi decidida.
Estes dois espaços destinam-se à investigação e acolhimento de empresas e, consequentemente, à criação de emprego qualificado, segundo o autarca.
«Há espaço e oportunidade para o desenvolvimento da área económica e uma estratégia que se coaduna melhor com a natureza do território e os recursos e daí a aposta no ambiente», explicou.
Ainda segundo o autarca, esta estratégia terá quatro pilares: o eco-turismo, ecoconstrução, produtos tradicionais ecoenergia.
Na área energética, Nunes acredita que Bragança tem condições para ser «produtora e exportadora de energia verde, em vez de ser consumidora de energia poluente».
«Se Bragança conseguir exportar quatro ou cinco vezes mais a energia que consome está a dar um contributo enorme para a sustentabilidade do planeta», exemplificou.
Para o autarca, esta ambição é possível com parques eólicos, painéis solares e outras soluções como mini-hídricas.
Jorge Nunes quer que Bragança desenvolva também conceitos novos a nível de construção bioclimática e que essa investigação dê origem a projectos industriais capazes de gerar riqueza
O autarca acredita também que é possível alargar esta estratégia ao quotidiano do município, adoptando uma rede de transportes menos poluente ou alterações às regulamentações das construções.
O propósito final é «subordinar as actividades económicas ao conceito ambiental, criando uma eco-cidade, que Nunes deseja alargar a uma eco-região, a pensar em todo o Trás-os-Montes.
O responsável pela Sociedade Portuguesa de Inovação, a empresa de consultadoria que realizou o estudo, Augusto Medina, considerou possível que, dentro de dois anos, o projecto esteja a funcionar.
O Instituto Politécnico de Bragança será o principal parceiro da rede de parcerias que a autarquia pretende para estabelecer.