Com o intuito de estreitar laços e disseminar o sentimento de inclusão, a 13ª edição do encontro da comunidade internacional em Bragança reuniu quase três centenas de pessoas de 24 países.
Decorreu no sábado, dia 28 de janeiro, no restaurante Rota dos Sabores o 13º Encontro Bragança e a Comunidade Internacional. Promovido pela autarquia brigantina, o almoço contou com quase 300 participantes, oriundos de 24 países, seguindo-se uma tarde com atividades culturais envolvendo, ativamente, as diferentes comunidades que marcaram presença no Mercado Municipal.
“Esta é uma forma do município reconhecer a presença dos imigrantes. Uma comunidade com alguma expressão em Bragança, até porque só na parte ligada ao ensino superior temos 64 nacionalidades diferentes”, começou por referir o presidente da Câmara Municipal, momentos antes do repasto ser servido. “Depois, há outras pessoas que vêm trabalhar, algumas delas já se erradicaram em Bragança e que fazem aqui a sua vida, já têm filhos, felizmente, e que representam, também, um contributo para o próprio concelho, quer ao nível do desenvolvimento económico, quer ao nível da dinamização da própria cidade”, exprimiu Hernâni Dias, reconhecendo o contributo da comunidade internacional para o desenvolvimento da região nortdestina.
“Esta é uma forma de integração, das pessoas poderem passar um dia com outros imigrantes que estão no concelho, tratando-se, simplesmente, de um convívio, de um tempo em que as pessoas estão à vontade para partilharem a sua cultura e a sua identidade”, sustentou o anfitrião do encontro da comunidade internacional em Bragança, reiterando que o município a que preside estará sempre "de braços abertos" para os receber.
Após o tradicional almoço-convívio e da atuação da Banda Jota, que interpretou músicas populares portuguesas, alguns participantes cantaram e desfilaram, dando a conhecer alguns dos seus trajes tradicionais.
No XIII Encontro “Bragança e a Comunidade Internacional”, participaram imigrantes e estudantes vindos da Alemanha, Angola, Brasil, Bulgária, Cabo Verde, El Salvador, Eritreia, Espanha, Geórgia, Guiné, Índia, Israel Itália, Lituânia, Marrocos, Moçambique, Nepal, Peru, Polónia, Portugal, República Central Africana, Roménia, São Tomé e Príncipe, Suíça e Ucrânia.
Nesta organização, o município brigantino contou com a colaboração do Instituto Politécnico de Bragança e da sua Associação Académica, da Associação de Estudantes Africanos em Bragança e do Agrupamento de Escolas Emídio Garcia.
TESTEMUNHOS DA COMUNIDADE IMIGRANTE EM BRAGANÇA
Devi Maya Sunar, 29 anos, Pokhara, Nepal (em baixo, na foto à esquerda)
“Estou aqui a trabalhar num restaurante. Já estou em Bragança há dois anos. Gosto muito, as pessoas ajudam e são muito boas. É muito calminha. É muito bom. Estou-me a integrar bem porque tenho muita gente a ajudar-me como a minha professora e os meus amigos. Aprendo português na escola, na Emídio Garcia, a minha professora é a Fátima. Antes sentia muitas saudades de casa, agora já tenho cá o meu marido, o meu cunhado, e já estou melhor”.
Ana Celheiros, 49 anos, Timisoara, Roménia (em baixo, na foto ao centro)
“Estou aqui em Bragança há 14 anos. Vim de férias e decidi ficar cá. Gosto de tudo nesta cidade. É calma, as pessoas são simpáticas e é uma cidade acolhedora. Já tenho cá a minha família, a minha irmã e os meus três filhos. Neste momento, estou a trabalhar na ASCUDT e é para ficar. Roménia, ainda vou às vezes, mas só de férias”.
Andriy Oliynyk, 30 anos, Lviv, Ucrânia (em baixo, na foto à direita)
“Já estou aqui há cinco anos e dois meses, mais ou menos. Já trabalhei para a autoestrada, para o Sr. Quintino, a cortar erva, depois nas obras e, agora, trabalho na Sortegel. Já tinha muitos amigos em Portugal e por isso é que decidi vir. Mas para mim Bragança é a melhor cidade. Quero ficar cá porque gosto muito das pessoas, pessoas boas, dá para falar, muito boa gente. Já tenho aqui o meu pai e a minha mãe há 15 anos e eu vim cá ter com eles e o meu irmão também já está cá”.