A EDP confirmou hoje ter sido alvo de uma operação de busca da Autoridade Tributária, por alegada fraude fiscal, no âmbito do negócio da venda de seis barragens no rio Douro à Engie.
"A EDP confirma que foi hoje alvo de uma operação de busca com a coadjuvação da Autoridade Tributária no âmbito da venda de um portefólio de seis barragens à Engie, por alegada fraude fiscal”, disse à Lusa fonte oficial da empresa.
A EDP acrescentou que “está a prestar toda a colaboração com as autoridades e mantém-se convicta de que a operação de venda cumpre todos os requisitos legais".
A SIC Notícias avançou hoje que a Autoridade Tributária e o Ministério Público estão a realizar buscas nos ministérios das Finanças e do Ambiente e na EDP, no âmbito das investigações ao negócio das barragens.
Contactado pela Lusa, fonte oficial disse que não estão a decorrer quaisquer diligências no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, tal como o Ministério das Finanças, que, segundo fonte oficial, também não foi alvo de buscas.
No entanto, em comunicado, o Ministério Público informa que se realizam buscas "em 11 locais do país, nomeadamente Lisboa, Porto, Amadora e Miranda do Douro. Estas buscas decorrem em instalações de barragens, escritórios de advogados, um organismo do Estado, uma sociedade de contabilidade e sociedades ligadas ao sector hidroelétrico".
Nesta operação estão envolvidos "29 Inspetores da Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC), 37 inspetores da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), incluindo 10 especialistas do Núcleo de Informática Forense".
A estes acrescem "28 militares da Unidade de Ação Fiscal da GNR, incluindo dois especialistas em informática forense". Nas diligências participam ainda "sete magistrados do Ministério Público e cinco magistrados judiciais."
Em causa está a venda, concluída em 17 de dezembro, por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens da EDP na bacia hidrográfica do Douro (Miranda, Bemposta, Picote, Baixo Sabor e Foz-Tua) ao consórcio francês.