Num esclarecimento à Lusa, a empresa concessionária da barragem de Foz Tua faz saber que “as entidades oficiais, bem como a Comissão de Acompanhamento Ambiental” já foram informadas do desenvolvimento do processo que é a principal contrapartida imposta à empresa pela concessão da barragem do Tua, que se encontra em fase final de construção.

A questão foi levantada hoje pela Plataforma Salvar o Tua, que criticou o início esta semana da retirada de carris do troço da linha do Tua que vai ficar submersa, sem que tenha sido executado o plano de mobilidade alternativo e imposto como contrapartida.

Os contestatários não acreditam que o plano saia do papel e apontaram como exemplo o concurso público internacional lançado no verão que ficou deserto.

A Agência para o Desenvolvimento do Vale do Tua, que estava a conduzir o processo, indicou à Lusa que entregou à EDP o cumprimento da contrapartida e que a empresa estaria a negociar com um operador privado para executar o plano de mobilidade quotidiana e turística, com a previsão de que o contrato deverá ser assinado “até ao final de dezembro”.

A EDP veio agora esclarecer que assinou já um protocolo com a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua e o futuro operador privado para a implementação do Projeto de Mobilidade.

“O respetivo contrato deverá ser assinado nas próximas semanas, independentemente do desenvolvimento do projeto já em curso”, acrescentou, numa nota enviada à Lusa.

O operador que vier a executar o Plano de Mobilidade conta com uma verba de 10 milhões de euros que a concessionária disponibilizou para o projeto com um custo estimado, até agora, de 30 milhões de euros e que inclui a mobilidade turística com viagens de barco a partir da albufeira e de comboio da Brunheda até Mirandela, mas também a mobilidade quotidiana das populações ribeirinhas do Tua que perderam o transporte ferroviário ainda antes da construção da barragem.

A empresa refere que “o Projeto de Mobilidade vem criar uma alternativa de transporte ao troço da linha do Tua submerso pela futura albufeira”.

Relativamente à crítica da Plataforma Salvar o Tua à retirada dos carris, a elétrica portuguesa lembra que “os trabalhos de remoção dos carris estão previstos no plano de trabalhos e visam cumprir normas de redução de impactes ambientais”.

A EDP adianta ainda que uma “parte significativa dos carris removidos serão utilizados na recuperação da linha não submersa na qual circulará o novo comboio".

A barragem do Tua encontra-se em fase final de construção na confluência dos concelhos de Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Alijó (Vila Real), estando previsto o início do enchimento da albufeira para o próximo ano.

A albufeira vai submergir 18 quilómetros da linha do Tua, onde o comboio deixou de circular há oito anos, ainda antes do início da construção da barragem, desde o último de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais.

Lusa



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