Há cada vez mais lojas a fechar. Associação pede aos brigantinos para não comprarem fora da cidade.

O comércio tradicional de Bragança vive uma crise sem precedentes. Na zona mais nobre há cada vez mais lojas fechadas. O presidente da Associação Comercial pede aos brigantinos para comprarem na cidade.

António Carvalho, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança (ACISB ) diz que não tem memória de o comércio tradicional enfrentar tantas dificuldades, pelo menos nos últimos 32 anos. Considera a situação \"inigualável\". \"A cidade está muito parada, não se vê movimento nas ruas, na zona da Sá Carneiro o que vale são os estudantes, na Praça da Sé e até na zona industrial após as 17 horas não se vê ninguém\", lamenta.

O responsável da ACISB confirmou que nos últimos tempos têm fechado muitas lojas tanto no centro histórico como no único centro comercial. As empresas também têm sido afectadas e cita duas que considera fundamentais para a região, a Cisdouro e a Construtora Brigantina, ambas do ramo da construção civil.

O empresário refere que mesmo na Praça da Sé existam lojas desocupadas. \"Uma situação que há uns anos atrás era impensável porque era das zonas mais procuradas\", explicou. Na zona histórica residem apenas 200 habitantes.

Os comerciantes reconhecem que a centralidade da cidade se alterou com o nascimento de novos bairros, nomeadamente na Braguinha, onde se instalaram muitos comércios e empresas, mas o centro cívico mantém-se no centro histórico, onde o movimento é cada vez menor. Os lojistas reclamam maior animação para atrair visitantes, porque são muitos os brigantinos que ao fim-de-semana rumam para outras cidades para fazer compras. António Carvalho apelou à população para que antes de irem comprar a lojas fora de Bragança, nomeadamente ao Porto, Vila Real ou Espanha, \"pensem que ao fazerem isso estão a dar um empurrão para o comércio local se afundar\", frisou.

Até ao Natal vai estar em marcha a campanha \"Comprar no comércio tradicional é manter a cidade viva\", que pode ter efeitos paliativos. A proposta passa por dinamizar algumas zonas, abrangendo 550 estabelecimentos. Além da iluminação das ruas, da responsabilidade da Câmara que também autorizou a isenção do pagamento da primeira hora nos parques de estacionamento cobertos. A campanha consiste na distribuição de material promocional e animação de rua, o projecto está orçamentado em mais de 54 mil euros.



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