O presidente do Eixo Atlântico, Ricardo Rio, garantiu que a organização "demarca-se absolutamente" da opinião do secretário-geral da instituição que acusou Emídio Gomes de ter sido o "pior presidente" da Comissão De Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Em declarações à Lusa, o também presidente da Câmara de Braga salientou que o secretário-geral daquela organização transfronteiriça, Xoan Mao, "não pode emitir" opiniões que "não sejam consensualizadas" com os demais membros, como sucedeu com as críticas a Emídio Gomes.

Numa entrevista à Lusa, Xoan Mao acusou Emídio Gomes de ser "o pior presidente que passou" pela CCDR-N e defendeu ser necessária uma auditoria para averiguar eventuais irregularidades na atribuição de fundos comunitários.

"A minha posição de confronto com Emídio Gomes é conhecida porque eu considero que foi o pior presidente que passou pela CCDR-N e que a deixou no seu pior momento em todos os âmbitos", afirmou.

Após estas declarações, Ricardo Rio sublinhou que "importa dizer que não vinculam de todo o Eixo Atlântico, nem são representativas da comissão executiva, nem da própria assembleia e só podem vincular a própria pessoa a título pessoal. Como secretário-geral do Eixo atlântico não as podia dizer".

"O Eixo Atlântico, enquanto organização, demarca-se absolutamente das declarações do Xoan Mao sobre o ex-responsável pela CCDR-N", garantiu.

Como responsável pela organização transfronteiriça, que agrega 38 municípios portugueses e galegos, Ricardo Rio adiantou que já fez saber a sua posição junto de Xoan Mao.

"Já transmiti ao secretário-geral - não é algo recente - e reiterei que enquanto secretário-geral não pode emitir opiniões sobre matérias que não digam respeito ao Eixo Atlântico e que não sejam consensualizadas com os demais membros da associação. A título pessoal, obviamente que não podemos controlar a liberdade de opinião do cidadão", apontou.

Segundo Ricardo Rio, "ele próprio [Xoan Mao] já fez seguir um esclarecimento para os membros da comissão executiva dizendo que proferiu aquelas declarações a título individual e que não quis vincular o Eixo com as mesmas".

Já enquanto autarca de Braga, Rio considerou que o ex-presidente da CCDR-N exerceu funções num "contexto de grande dificuldade" e elogiou a "solidariedade" de Emídio Gomes para com os municípios do Norte ao decidir contrariar o Governo no que disse respeito à distribuição de verbas do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).

"O exercício de funções no atual enquadramento de presidente da CCDRN, quando a própria capacidade de intervenção desta entidade não está na sua plena amplitude, quando não está totalmente clarificado o papel que deve desempenhar em termos de articulação com os diversos agentes e referente ao Governo, quando a eleição de um qualquer presidente ainda não foi legitimada democraticamente, todos estes fatores contribuíram para um contexto de grande dificuldade", descreveu o autarca.

Para Ricardo Rio, "Emídio Gomes exerceu as suas funções sem comprometer e teve, neste momento mais recente, uma atitude de grande responsabilidade e solidariedade para com o Norte e com os seus municípios ao não validar aquela negociação paralela feira pelo Governo em relação aos PEDU".

Opinião que o autarca fez questão de salientar ser pessoal.

"Esta não é opinião do Eixo Atlântico mas de Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga", frisou.
Lusa, Foto: Sérgio Freitas



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