A Comissária Europeia, Elisa Ferreira, visitou hoje em Bragança um parque tecnológico com quase 70 empresas para dar visibilidade ao que se faz com os fundos europeus no interior desconhecido do país.

A comissária responsável pela Coesão e Reformas aproveitou a manhã, antes da conferência "De Bragança a Bruxelas: por uma Europa mais coesa e mais social", para visitar o Brigantia Ecopark, com 68 empresas, a maior parte de alta tecnologia.

Ali falou com engenheiros vindos de Braga, Lisboa e Porto, jovens que “optaram por viver em Bragança porque têm empregos interessantes e conseguem criar as famílias com condições bastantes mais favoráveis e com muito melhor qualidade de vida do que os sítios de onde vieram”.

“Também viemos dar visibilidade a uma imagem do interior que, às vezes é desconhecida, porque as pessoas, muitas vezes, desconhecem que se vive bastante melhor, se se tiver emprego e condições para isso, do que nas aglomerações, e a pandemia também nos provou isso”, afirmou.

O parque tecnológico de Bragança teve apoio dos fundos estruturais, como realçou, assim como “uma grande aposta da câmara local e dos agentes locais”, com o politécnico de Bragança a fazer “um papel absolutamente essencial neste processo, na medida em que vai gerando essa capacidade e mantendo a relação com as empresas que vão surgindo”.

Neste espaço há empresas a trabalhar para multinacionais na área digital e faz-se também investigação, nomeadamente ao nível dos setores agrícola e alimentar.

“Temos de apostar em fazer diferente, em fazer novo, em fazer coisas diferentes daquilo que fazíamos no passado e os fundos têm que ser canalizados para aí”, defendeu.

Nesta região do interior de Portugal há críticas, nomeadamente dos autarcas, aos fundos comunitários por chegarem já formatados para um destino, sem atenderem às necessidades específicas e um exemplo é o facto de conseguirem financiamento para ciclovias em regiões onde ainda há populações sem saneamento básico.

A Comissária Europeia considerou que “globalmente os fundos estruturais tiveram um papel fundamental para Portugal, que resolveram uma quantidade de problemas, não só a nível das infraestruturas tradicionais, como ao nível da formação, educação, tecnologia, centros de investigação”.

Elisa Ferreira lembra, no entanto, que estes fundos resultam “de parceria entre os estados-membros e a Comissão Europeia”.

Quando são negociados, o que interessa para a Comissária é que “haja um diálogo efetivo” e “um debate com as entidades nacionais, quer sejam autarcas, quer sejam universidade, os centros tecnológicos, os sindicados, as associações, até organizações não governamentais e que haja uma consensualização” das prioridades.

“Estamos exatamente no momento em que eu acho que o debate nacional é absolutamente essencial”, vincou.

Elisa Ferreira espera que este debate sirva para que se perceba que os fundos financeiros distribuídos pela União Europeia “são um meio, são uma condição necessária”, mas a responsabilidade de cada estado é saber o que quer e o que vai fazer com eles.

“E resolver problemas de médio e longo prazo e não apenas resolver problemas de curto prazo e criar mecanismos que criam dependência”, declarou.

Foto: AP



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