Dez pessoas perderam a vida e 21 sofreram ferimentos graves em 20 acidentes violentos registados, no ano passado, na A4 e no IP4. As colisões e os despistes sucedem-se numa das vias mais procuradas da região. Anteontem morreram mais quatro.

A colisão entre um miniautocarro e um automóvel vitimou o condutor Carlos Pereira e os estudantes polacos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Maciej Hussak, Monyka Rosinska e Edyta Rozanska no IP4, em Parada de Cunhos, Vila Real. Mas a tragédia de anteontem não é caso único no concelho.

As estatísticas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária revelam que o IP4 foi a estrada do município de Vila Real com maior número de acidentes graves (ou seja, com mortos e/ou feridos graves) em 2009. Ao todo, contam-se quatro colisões e despistes que provocaram um morto e seis feridos graves. A A4 e o IP4 desde o Porto até Espanha têm o mesmo registo negro nos concelhos de Amarante, de Valongo e de Bragança, onde lideram a lista das vias mais acidentadas.

Os números demonstram que, no distrito de Bragança, o itinerário principal surge em segundo lugar entre as estradas com maior número de sinistros violentos (a liderança cabe à EN221). Contudo, foi no IP4 onde mais pessoas perderam a vida. Em seis acidentes, registaram-se cinco mortos e quatro feridos graves. Já no distrito do Porto, a A4 e o IP4 foram palco de nove sinistros com três mortos e sete feridos graves, enquanto, no distrito de Vila Real, duas pessoas perderam a vida e 10 sofreram ferimentos graves em cinco colisões e despistes no ano passado. Em relação a 2010, os números de sinistralidade por distrito ainda não foram disponibilizados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

Troços com registo negro

Nem sempre as características da via - que está a ser transformada para perfil de auto-estrada - justificam a sucessão de acidentes aparatosos e violentos. Por vezes, a desatenção dos automobilistas associada às más condições atmosféricas (chuva e gelo) e o excesso de velocidade contribuem para a estatística negra.

Há, contudo, troços da auto-estrada e do itinerário principal onde o registo de acidentes cresce. Os destacamentos de trânsito da GNR do Porto e da Maia apontam os troços junto ao acesso à A3 e entre Águas Santas, na Maia, e Campo, em Valongo, como zonas problemáticas da A4. A acumulação de tráfego proporciona, também, um aumento de sinistros. Não raras vezes, sobretudo em dias de chuva, as autoridades optam por interditar a faixa da direita, junto ao túnel de Águas Santas, para obrigar os condutores a reduzirem a velocidade.

A chuva e o gelo obrigam a atenção acrescida no troço da auto-estrada entre a saída para Penafiel Sul e o acesso a Marco de Canaveses. A degradação do pavimento faz com que os veículos percam aderência à estrada quando há mau tempo. Em Amarante, a maioria das colisões e dos despistes acontece na Aboadela. No distrito de Vila Real, o troço que apresenta o registo mais negativo é o do Alto de Espinho, tendo motivado, há alguns anos, a intervenção da Estradas de Portugal que colocou pinos no centro da via.

As zonas mais acidentadas do IP4 em Bragança eram, até há alguns meses, as intercepções com outras estradas. Um problema entretanto corrigido. Agora, grande parte dos sinistros ocorre no troço mais recente e com melhor pavimento entre Bragança e a fronteira com Espanha. Aqui, a culpa é quase sempre da circulação em excesso de velocidade.



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