De acordo com o Jornal de Notícias a ASAE apreendeu cinco toneladas de alheiras da Vifumeiro, uma empresa de Vinhais, que é propriedade da presidente da Câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, juntamente com mais três familiares.
Em causa produtos são vendidos com indicação geográfica protegia ilegal, pois são produzidos no concelho de Vinhais e não no concelho de Mirandela, como se indica no rótulo. Desta forma, os seus produtos beneficiam indevidamente da Indicação Geográfica Protegida, atribuída pela União Europeia, em 2016.
Segundo o Jornal de Notícias, a operação da ASAE decorreu no início desta semana, ainda não existem arguidos, o que pode acontecer em breve e envolver a própria autarca.
Júlia Rodrigues é um dos quatro sócios da Vifumeiro e foi gerente da mesma até 2007. A presidente da Câmara de Mirandela é também sócia da empresa Alheiras AMIL em parceria com familiares conforme noticia do jornal.
O Diário de Trás-os-Montes tentou contactar a Presidente de Câmara de Mirandela para obter um reação mas sem sucesso no entanto em reposta ao JN sobre a atual situação, Júlia Rodrigues disse que “ainda não tinha conhecimento do que se tinha passado e acrescentou que não tem qualquer intervenção na empresa desde que foi para deputada na Assembleia da República". Apesar de assumir que a empresa é familiar, a autarca defende que mantém uma quota insignificante da herança do seu pai, que morreu em 2009.
Júlia Rodrigues terá omitido negócio das alheiras à Assembleia da República
Segundo o JN de sexta-feira "A presidente da Câmara de Mirandela não declarou à Assembleia da República a participação em duas empresas produtoras de alheiras, como estava obrigada a fazer, nos dois anos em que esteve como deputada, antes de rumar à autarquia de Trás os Montes". Continua o JN "A ex-deputada do PS nem sequer informou a direção da sua bancada dos interesses que tinha no setor, apesar de ter sido indicada para coordenadora dos socialistas na Comissão Parlamentar da Agricultura e até integrado o grupo de trabalho que criou a nova Lei da Transparência para os titulares de cargos políticos e públicos".
"Até sair do Parlamento, antes das autárquicas de outubro de 2017, Júlia Rodrigues nunca terá actualizado a sua ficha pessoal que está depositada na comissão parlamentar de ética.
"O Jornal de Notícias avança ainda que vários elementos da comissão de agricultura mostraram-se surpreendidos com a notícia dos negócios da atual presidente da câmara de Mirandela, até porque, acrescenta o jornal de notícias, terá violado o código de conduta a que estava vinculada, principalmente em relação à legislação em que tinha interesse pessoal. Um desses casos, foi a votação numa iniciativa do PSD, em 2016, sobre apoios financeiros a produtores de alheiras, onde votou contra, mas à luz do estatuto dos deputados, deveria ter declarado um conflito de interesses e ausentar-se da votação ou fazer uma declaração de voto.
O JN soube ainda junto que a bancada do PS considerou haver conflito de interesses ao ponto de ter provocado alguns desconforto quando Júlia Rodrigues apresentou a iniciativa do estatuto do ato médico veterinário, que passava por atribuir só a este grupo profissional a responsabilidade de procedimentos clínicos em animais, como por exemplo na vacinação".
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