Um empresário bragançano exige uma auditoria à Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB) para apurar diferenças de 23 mil euros nos orçamentos do evento «Bragança é Moda», referentes a 2002, 2003 e 2004.

Recorde-se que a iniciativa é produzida há três anos consecutivos pela empresa Karacter Models. Em 2002 e 2003 o evento custou 40 mil euros, mas este ano o orçamento baixou para 17 mil euros, o que leva o sócio da cadeia Garros, Luís Portugal, a levantar dúvidas.

\"Como é que se explica a existência de uma diferença de 60 por cento no mesmo evento, organizado pela mesma empresa e com o mesmo número de modelos?\", questiona o empresário, ao mesmo tempo que avança com algumas explicações. \"Se este ano a empresa fez um desconto, é de lamentar que a ACISB não tenha tido capacidade de negociação no ano passado\", dispara Luís Portugal.

Mas, na óptica do empresário, os orçamentos de 2002 e 2003 só foram mais altos porque os desfiles de moda desses anos foram co-financiados pelo Ministério da Economia, no âmbito das acções colectivas de animação do comércio tradicional. \"Temos de ser esclarecidos em relação a esta diferença de orçamentos, pelo que se deve exigir uma auditoria urgente às contas da ACISB\", alega o empresário.

Recorde-se que os desfiles de 2002 e 2003 faziam parte de um conjunto de 21 acções colectivas orçadas em 500 mil euros, financiados em 75 por cento pelo POE.

Além disso, o responsável da Garros lamenta que a produção do desfile não tenha sido, mais uma vez, entregue a empresas de Bragança.

\"Venha a auditoria\"
Confrontado com as acusações, o presidente da ACISB, António José Carvalho, estranha que um sócio aponte o dedo à Associação pelo facto de ter conseguido reduzir os custos do \"Bragança é Moda\" e explica as razões das diferenças. \"Em vez de termos 18 modelos de classe A, tivemos 15 de classe B e conseguimos preços mais baixos no alojamento\", explica o dirigente.

Além disso, a passerelle foi colocada gratuitamente pela Câmara Municipal de Bragança, ao passo que os penteados e maquilhagem dos manequins foram feitos a custo zero. O mesmo aconteceu com os cartazes do evento, oferecidos pela empresa que tem prestado serviços gráficos ao longo das acções colectiva.

Em relação às mil cadeiras colocadas na Praça Camões, \"foram emprestadas gratuitamente por dois restaurantes da cidade: o Académico e o Abade\", revela António José Carvalho. Aliás, nem mesmo o presidente da ACISB conseguiu fugir à árdua tarefa de colocar as cadeiras no local. Em suma, o dirigente garante que a ACISB \"não gastou um tostão\" no desfile, cujos custos foram suportados pelas lojas participantes, entidades e patrocinadores.

Por isso, o responsável diz não temer o pedido de auditoria que venha a ser apresentado por Luís Portugal. \"Venha ela\", comenta António José Carvalho.



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