A construção do centro de dia de Chacim, no concelho de Macedo de Cavaleiros, arrancou em 1995, por iniciativa da Fundação António Maria da Costa, a quem foi conferido estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), e com a comparticipação do então Centro Regional de Segurança Social de Bragança. Mas, três anos depois, as obras pararam para nunca mais serem retomadas.

Passados sete anos e 40 mil contos gastos, a população não compreende porque não avança a construção daquele equipamento, que poderia manter na terra alguns idosos que as famílias se viram forçadas a levar para lares de outras localidades como Macedo de Cavaleiros, Agrobom e Vilarelhos no concelho de Alfândega da Fé, ou ainda Outeiro, no concelho de Bragança.

A directora do agora designado Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Bragança (CDSSS), Alice Ferreira, confirma a suspensão das obras do centro de dia em 1998 e acusa a direcção da fundação de \"falta de interesse\" na resolução do impasse, por não ter procedido na altura devida ao \"levantamento da obra existente e da verba necessária para a sua conclusão\". Alice Ferreira explica que na altura foi feita uma inspecção às contas referentes à execução da obra e salienta que, \"apesar de não terem sido detectadas irregularidades, apenas foi gasta a verba disponibilizada pela segurança social\", a quem competia apenas uma comparticipação, devendo a restante verba ser disponibilizada pela própria fundação. Entretanto, para continuar a obra, o CDSSS pediu à fundação que enviasse um ofício dando conta da verba até então gasta, mas, segundo Alice Ferreira, \"isso nunca foi feito\".

Alice Ferreira acusa ainda a fundação de \"falta de dinamismo\", uma das \"dificuldades\" que terá estado na origem da suspensão do acordo entre esta e a Segurança Social, que lhe retirou, dessa forma, o apoio financeiro, pelo que, nesta altura, o apoio domiciliário prestado pela Fundação está exclusivamente por sua conta. Ainda em funcionamento nas antigas instalações, o centro de dia de Chacim continua a prestar, segundo indicações dos populares, apoio domiciliário a alguns idosos, sendo ainda frequentado por dois idosos da aldeia.

O presidente da Fundação e à data dos acontecimentos presidente da Junta de Freguesia, António Cameirão, afirma que a Fundação não investiu qualquer verba na execução da obra porque \"não a tinha\". A falta de dinheiro é, de resto, para António Cameirão, a explicação para todo o problema da paralisação das obras do centro de dia, uma vez que, admite, a verba que cabia à segurança social disponibilizar já foi gasta.

Recusando-se a prestar mais declarações, António Cameirão nega, no entanto, que se tenham gasto 40 mil contos, apontando como despesa efectuada o montante de \"aproximadamente 30 mil contos\". A mesma verba que, segundo as suas contas, seria necessária para terminar a obra.

O Semanário TRANSMONTANO soube, entretanto, que o actual presidente da Junta de Freguesia, José Meireles, que se recusa prestar qualquer declaração relativamente a este assunto, já se dirigiu ao CDSSS revelando interesse na continuidade da obra.

Jardim infantil fechado

O jardim infantil da aldeia, também gerido pela Fundação António Maria da Costa, é outra das actuais preocupações da população de Chacim. Sendo um dos mais antigos de todo o país (criado em 1929) acabou por ser desactivado na década de 90, alegadamente por falta de crianças. Um encerramento que terá sido acordado com a Direcção Regional de Educação do Norte através do Centro de Área Educativa de Bragança, mas que, segundo Alice Ferreira, poderá ser retomado a pedido da fundação, garantindo esta que o CDSSS \"se prontificará a financiar a parte que lhe compete para que tal aconteça\". Alice Ferreira sublinha, no entanto, que a autorização compete ao Ministério da Educação.

Segundo os populares, haverá nesta altura 12 crianças em idade de frequentar aquele equipamento.



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