Dezenas de populares, acompanhados pelo presidente da Junta de Freguesia de Ermida, António Dinis, e Manuel Martins, presidente da Câmara de Vila Real, impediram hoje a passagem do comboio na estação da Povoação, localidade da freguesia, para "sensibilizarem" a CP para a "desconexão dos horários dos comboios com as necessidades da população".

António Dinis explicou que, ao longo dos últimos anos, a CP tem vindo a adiantar o horário de saída do comboio da Povoação, que passou das 07h40 para as 6h30.

Com o novo horário os passageiros, trabalhadores e estudantes, chegam a Vila Real às 7h00 da manhã, quando na maior parte dos casos apenas têm aulas e começam a trabalhar às 8h30, ficando uma hora e meia à espera na rua, pois a estação daquela cidade só abre as suas portas às 9h00.

Segundo António Dinis, a população da freguesia de Ermida reivindica a alteração dos horários dos comboios de forma a que "os jovens estudantes não fiquem mais de uma hora ao frio e à chuva, à espera que as suas aulas comecem".

Depois de, por intermédio da Câmara de Vila Real, a junta de Ermida ter reivindicado junto da CP a alteração dos horários e perante a resposta negativa por parte daquela instituição, a "população resolveu lutar pela defesa dos seus", afirmou o presidente daquela autarquia.

Uma justificação que não convenceu os populares de Ermida, que, segundo o autarca, se não receberem uma resposta positiva por parte da CP às suas reivindicações, prometem voltar a impedir a passagem do comboio na linha do Corgo.

Segundo o presidente, o comboio é o meio de transporte mais utilizado pela população da sua freguesia, que permite a chegada à capital do distrito em 30 minutos.

Por sua vez, Carlos Madeira, porta voz da CP, afirmou ao DTOM que a sua instituição "nunca recebeu qualquer formulação da reivindicação da população de Ermida, manifestada hoje com o impedimento da passagem do comboio".

Carlos Madeira referiu ainda que a CP vai analisar as reivindicações daquela população, mas salientou que "será difícil responder positivamente àquela pretensão, devido à falta de material, e ao facto de uma alteração dos horários poder prejudicar mais pessoas, do que aquelas que poderiam ser beneficiadas com o novo horário".



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