Paulo Sucena, secretário-geral da Federação dos Professores - Fenprof, sintetizou as reivindicações apresentadas pelos professores que reuniram no Douro entres os dias 2 e 4: criar melhores condições de trabalho e de apoio para o exercício da sua actividade no estrangeiro.

Para o dirigente sindical, o Estado tem de pensar "em dignificar a língua e a cultura portuguesas e expandi-las, criando para o efeito melhores condições a nível sócio-profissional e de apoio logístico aos cerca de 700 professores que leccionam português no estrangeiro".

Paulo Sucena salientou ainda a necessidade de haver uma vontade política e o estabelecimento de medidas de apoio financeiro no próprio orçamento de Estado.

António Braga, deputado e presidente da Comissão Parlamentar do Ensino Português no Estrangeiro, realçou a importância daquele encontro de professores que acontece no momento em que a Assembleia da República se debruça sobre um trabalho de levantamento e aprofundamento da situação do ensino português além fronteiras.

"Os nossos professores vivem situações diversas de país para país, pois nuns a língua portuguesa faz parte dos currículos, noutros apenas tem uma incidência por via das escolas de iniciativa comunitária", frisou António Braga.

Segundo o deputado, os professores sentem maiores dificuldades a nível sócio-profissional, da metodologia que está em vigor e do enquadramento do ensino na escola paralela, na qual os alunos filhos de emigrantes, para além de frequentarem o currículo do sistema educativo local têm, cumulativamente, aulas de língua portuguesa.

A falta de material escolar e a de manuais apropriados e o acompanhamento na formação dos professores, são outras das dificuldades sentidas, na opinião do deputado.

António Braga referiu que a língua portuguesa no estrangeiro está "bem viva", pois é a terceira mais falada na Europa e a sexta língua no mundo.

O deputado acrescentou que, apesar de em muitos países os filhos dos emigrantes para se integrarem nas comunidades terem de aprender a língua do país onde estão, a aprendizagem do português pode constituir um instrumento de trabalho, um acréscimo de oportunidades de negócio e de emprego.

Para colmatar os problemas sentidos pelos professores, a Assembleia da Republica recomendou ao Governo o fornecimento de um conjunto de materiais para apoio às escolas de iniciativa comunitária, um reforço e acompanhamento na formação de professores, e o apoio a escolas de iniciativa particular desde que incluam a língua portuguesa no seu currículo

No encontro estiveram presentes cerca de 100 professores que leccionam em diferentes países da Europa.

Pintura

O programa do encontro de professores no estrangeiro integrou ainda exposições de pintura em Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Régua e Vila Real e uma viagem de barco no rio Douro.

Organizado pelo Sindicato de Professores no Estrangeiro e pela Federação de Professores, o evento realizou-se em Portugal por parecer oportuno trazer ao país algumas obras de 40 de artistas estrangeiros e portugueses, entre os quais se encontram Costa Camelo, Graça Morais, Júlio Resende, Jean Zuber, Piere Pausus e Jacques Soisson.

Para Paulo Sucena, as exposições de pintura revelam que as preocupações dos professores e do sindicato não são apenas reivindicativas e de luta, mas também estão relacionadas com a formação dos professores, que, na sua opinião, "será sempre um agente de cultura".



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