Um produtor de gado da Soutelo, em Bragança, ameaça recolocar um curral de vacas em cima de um castro da Idade do Ferro, caso os responsáveis pelo Parque Natural de Montesinho (PNM), não emitirem um parecer favorável a um estábulo que construiu.
O desacordo está relacionado com a construção de uma vacaria, à qual, \"o parque não quer dar o aval técnico para o respectivo licenciamento\", explicou o produtor ao JN. José Carlos Rodrigues, está farto de esperar, e garante que se o licenciamento não lhe for atribuído, regressa para o local onde anteriormente tinha um curral provisório, mesmo em cima do monumento.
O castro não está classificado, mas está localizado, registado e faz parte do inventário nacional dos sítios arqueológicos, e é o único povoado daquela época conhecido na área protegida. O antigo castro estava completamente transformado em curral, tal como noticiou o JN em Maio de 2005.
Em cima dos vestígios arqueológicos foi instalado um coberto abarracado, que servia de palheiro. O proprietário foi notificado para proceder à remoção do curral. A Câmara Municipal de Bragança autuou-o por construção sem licenciamento, mas, mesmo assim, o agricultor continuou no local durante alguns meses, até que concordou em sair, após pressão de várias entidades.
José Carlos Rodrigues retirou o curral e construiu um estábulo de blocos de cimento a cerca de 500 metros. No entanto, a nova construção foi realizada sem licenciamento, porque o projecto foi chumbado pelo PNM. O produtor está indignado e garante que está a \"respeitar a lei\".
Uma fonte da Câmara Municipal de Bragança explicou que a obra foi embargada e alvo de um processo de contra-ordenação. Entretanto, o agricultor entregou, nos serviços daquela autarquia, o processo para o licenciamento, mas o PNM emitiu um parecer desfavorável. Foram feitos ajustamentos. O projecto está agora em reapreciação.