Na escola de soldadura de Vila Pouca de Aguiar, 15 formandos estão a aprender a soldar e anseiam por arranjar, já neste verão, trabalho nas obras das barragens do Alto Tâmega.

Rui Rendeiro, 23 anos e natural da aldeia de Cidadelha de Jales, é um dos formandos e afirmou à agência Lusa que a sua ambição é conseguir arranjar trabalho perto de casa, nas obras do Sistema Eletroprodutor do Tâmega, concessionado à espanhola Iberdrola.

"Vamos ver como corre. A ideia é ser chamado para ir para a barragem. Já tinha trabalhado nisto e aproveitei, agora, para seguir carreira nesta área", disse.

O formando explicou que, nesta escola profissional, estão a aprender a soldar ensaiando técnicas que terão que usar se foram contratados para o empreendimento.

Os formandos estão a ter formação técnica especializada para se poderem integrar na construção da tubagem de conduta forçada que irá fazer parte do circuito hidráulico do aproveitamento de Gouvães e terá a duração aproximada de três anos.

Ricardo Alves, também de 23 anos e residente em Vila Pouca de Aguiar, despediu-se do emprego que tinha para ir para o curso de soldadura porque acha que "é uma boa oportunidade".

"Espero ir trabalhar para a barragem, mas se tal não acontecer, tendo este curso tenho mais possibilidade de arranjar emprego. Acho que esta é uma boa saída profissional", frisou.

A escola nasceu da colaboração entre o município, o Centro de Formação Profissional da Indústria da Fundição, Instituto de Emprego e Formação Profissional e a empresa Andritz Hydro.

A Câmara de Vila Pouca de Aguiar investiu cerca de 132 mil euros neste projeto que, segundo o presidente Alberto Machado, serve o propósito "de promover a empregabilidade local".

"O melhor investimento que o município pode fazer é nas pessoas. Os formandos poderão ter trabalho garantido na referida área industrial", salientou o autarca.

Alberto Machado falou numa "simbiose entre os promotores". "Temos jovens que precisam de formação específica e de entrar no mercado de trabalho. Estão a fazer esta formação e os que tiverem aproveitamento positivo irão entrar no mercado de trabalho", afirmou à Lusa.

A Andritz Hydro, empresa contratada pela Iberdrola, prevê a necessidade de reforçar a mão-de-obra especializada em soldadura, tendo em conta as suas especificações técnicas.

Está prevista a utilização de 110 toneladas de material de soldadura para a execução desta construção, cujo processo de soldadura terá uma duração estimada de mais de 250.000 horas.

Em pico de obra, o Sistema Eletroprodutor do Tâmega deverá dar emprego direto a 3.500 trabalhadores e ainda permitirá criar 10.000 postos de trabalho indiretos.

Segundo fonte da espanhola Iberdrola, neste momento trabalham na obra cerca de 1.000 trabalhadores.

A Iberdrola referiu ainda que assumiu o compromisso de "privilegiar nas suas contratações o mercado laboral local, promovendo, desta forma, empregos e oportunidades que contribuem para a dinamização socioeconómica da comunidade local e das empresas parceiras".



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