O barco rabelo é uma embarcação portuguesa típica do rio Douro, que tradicionalmente transportava as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro.

O barco rabelo «Quinta dos Canais», da marca de vinho do Porto Cockburn, venceu hoje a 30.ª edição da Regata de Barcos Rabelos no rio Douro, no Porto, com o timoneiro Luís Martins aos comandos da embarcação.

Foi debaixo de sol forte e temperaturas a roçar os 30 graus que se registou, ao final da tarde de hoje, a vitória do barco rabelo da Cockburn, que desde o início da prova se destacou face aos seus congéneres, embora tenha sido acompanhada de perto pelas marcas Tailor s e Offley.

A vitória deveu-se principalmente a uma «boa tática traçada desde o início», explicou à agência Lusa Luís Martins, escassos minutos depois de alcançar a vitória, que classificou de «fantástica».

«Há um facto notável que foi termos largado de uma boa posição, mas traçamos uma tática, penso que correta, e, portanto, nunca abandonámos o primeiro lugar», disse Luís Martins, observando que foi importante conhecer os ventos dominantes e perceber também quando eram mais favoráveis.

Todos os elementos da equipa vencedora são «quadros da empresa [Cockburn]» e são «todos amadores», acrescentou, referindo que só treinam nas regatas, ou seja, uma vez por ano.

Este evento é promovido pela Confraria do Vinho do Porto e, fundamentalmente, serve para a promoção do vinho do Porto e das marcas de vinho do Porto.

Na opinião de Luís Martins, este tipo de iniciativa devia ter uma «maior projeção do ponto de vista nacional», porque é um evento desportivo que promove um produto que, por ano, exporta umas «centenas de milhões de euros em Portugal».

A regata, que começa no Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, e termina junto à Ponte D. Luís, no rio Douro, foi observada de perto pelo criador das corridas de barcos rabelo no Douro e também fundador da Confraria do Vinho do Porto, Robin Reid, de 87 anos.

Em declarações à Lusa, Robin Reid confessou que cada vez que vê a regata dos barcos rabelo fica «sempre mais alegre».

«Adoro ver esta corrida», disse, reconhecendo que «antigamente não havia nada» e desde há 30 anos que esta regata traz «movimento ao rio Douro».

Robin Reid contou que a ideia de criar a regata surgiu há 33 anos, quando começou a ver os barcos rabelo a apodrecer.

«Pensei que isto não podia continuar a acontecer», que era «um crime matar esta herança e pensei: vou salvar [esta herança]», recordou, explicando que teve inclusivamente de chamar tanoeiros, porque quase ninguém sabia construir e preparar barcos rabelo.

O barco rabelo é uma embarcação portuguesa típica do rio Douro, que tradicionalmente transportava as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia - Porto, onde o vinho era armazenado e, posteriormente, comercializado e enviado para outros países.



PARTILHAR:

Dificuldades financeiras

Promover a inclusão social