Com a economia em recessão, os jovens portugueses procuram no estrangeiro as oportunidades que em Portugal escasseiam. Foi assim com os seus avós na década de 60 do século passado. É assim no século XXI, com duas diferenças significativas. A emigração actual é mais qualificada e mais feminina.

\"Temos uma mistura entre o saco desportivo [que representa os emigrantes pouco qualificados] e a mala de executivo [onde se incluem os diplomados]. O saco desportivo é maior, mas a mala de executivo tem aumentado mais\", resume Jorge Malheiros, investigador do Centro de Estudos Geográficos.

Os dados compilados por este investigador, que comparam dois destinos tradicionais - França e Luxemburgo - com Espanha e Reino Unido revelam que a percentagem de emigrantes com o ensino superior que entram nos novos destinos é de 7,5 e 19,3 por cento, enquanto nos destinos mais tradicionais não vai além dos 4,1 por cento. As mulheres também são a maioria dos que entram em Espanha e no Reino Unido.

Os números sobre a saída de portugueses diplomados para o estrangeiro escasseiam, mas há um dado mais ou menos consensual que aponta que 11 por cento dos que terminaram o ensino superior emigram. O problema é que ao contrário de outros países, os licenciados que imigram para Portugal não compensam os que saem.

Angola, Alemanha, Luxemburgo, além da Suíça ou do Reino Unido têm-se afirmado como os destinos mais comuns. Espanha também, mas com a crise os fluxos para o país vizinho têm-se reduzido, frisa o geógrafo.

R.M. in Publico



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