Os emigrantes portugueses em França protestam hoje contra o projecto de reestruturação consular do Governo de Portugal, realizando manifestações em simultâneo junto aos seis postos que deverão encerrar.

Os protestos estão marcados para as 15:00 locais (14:00 em Lisboa) e deverão mobilizar milhares de emigrantes em Nogent-sur-Marne, Versalhes, Orléans, Lille, Toulouse e Nantes, segundo os organizadores das manifestações.

Com as palavras de ordem «Reestruturação consular sim, liquidação consular não» e «Com a Comunidade unida e a protestar, o Governo português vai recuar», as acções de protesto são promovidas pelos colectivos constituídos após o anúncio por parte do Governo de Lisboa do projecto de reestruturação consular.

O projecto prevê o encerramento de 17 consulados, em oito países, seis dos quais em França.

De acordo com os organizadores, as manifestações têm como objectivo enviar «de novo uma forte mensagem de aviso e protesto ao Governo português».

«O actual projecto de reestruturação consular visa o desmantelamento da rede consular em França», alegaram os organizadores, adiantando que os emigrantes vão «continuar a lutar pela manutenção de um serviço público consular, eficaz e de proximidade e que salvaguarde os interesses de Portugal e das comunidades».

Os portugueses em França têm marcado para o próximo dia 18 uma manifestação geral em Paris, entre as praças da República e da Bastilha, percurso habitual das acções de protesto naquela cidade.

De acordo com os conselheiros das comunidades portuguesas, os encerramentos dos consulados em França vão afectar directamente 650 mil portugueses e luso-descendentes.

Desde que foi divulgado o projecto de reestruturação consular, em Dezembro passado, os portugueses em França têm realizado várias manifestações, concentrações, vigílias, petições e abaixo-assinados contra o encerramento daqueles seis postos.

Vários ministros e responsáveis políticos franceses já transmitiram também ao executivo português a sua preocupação nesta matéria.

Em França, vivem mais de um milhão de portugueses e luso- descendentes.



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Reestruturação consular

Domingos Doutel