A comunidade portuguesa na Córsega está tranquila, apesar dos atentados contra dois empresários da construção civil registados no fim-de-semana. «Aqui não se fala muito sobre o assunto, estas coisas são correntes na ilha», declarou ao DN Anísio Gomes, um português radicado em Ajácio. «Estas coisas» são os atentados bombistas, da autoria ou de grupos nacionalistas ou provocados para defender interesses, nomeadamente económicos.
Nos últimos meses, o principal alvo tem sido a comunidade norte--africana, que tem aumentado a presença no território. «É difícil de explicar, mas para as pessoas que vivem aqui é normal», acrescentou o dirigente associativo, mostrando-se convicto de que as explosões que destruíram as duas viaturas em Propriano e Casalabriva não eram destinados à comunidade portuguesa em particular. «As pessoas não estão assustadas», corroborou Manuel Cabreira, português residente em Porto Vecchio.
Outra emigrante, que não quis ser identificada, mostrou-se surpreendida com a «publicidade» que o acontecimento teve em Portugal. «Já aconteceu outras vezes e não se falou nada», comentou. O cônsul português em Marselha mostra-se satisfeito por «o moral da comunidade não ter sido afectado». Manuel Pracana Martins afirma estar em contacto com as duas vítimas e a acompanhar as investigações da polícia corsa.