Centenas de portugueses manifestaram-se, ontem, em Lucerna, na Suíça, juntamente com milhares de pessoas que contestavam a decisão da sociedade de empreiteiros suíços de rescindir o contrato colectivo do sector.
Manuel Beja, conselheiro das Comunidades Portuguesas e antigo sindicalista, citado pela agência Lusa, afirmou que «a situação é grave» mas que as conversações vão continuar. Caso não se chegue a acordo, haverá uma manifestação a nível nacional que está já marcada para o dia 22 de Setembro.
A grande afluência à manifestação de ontem, acrescentou Manuel Beja, ficou-se também a dever ao facto de, horas antes, de madrugada, um grave acidente de viação ter causado a morte a três trabalhadores da construção civil e ferimentos noutros seis.
Em declarações à TSF, Adelino Sá, director do jornal \\"Gazeta Lusófona\\", explicou que o contrato colectivo em causa \\"afecta 20 mil pessoas\\" (de um total de 100 mil trabalhadores estrangeiros da construção civil) e que se não for reatado \\"o mais provável é os empreiteiros irem procurar mão-de-obra mais barata a países como a Polónia\\".
Adelino Sá destacou ainda o facto desta situação por em causa a vida e importantes direitos conquistados por emigrantes portugueses, italianos e de outras nacionalidades que trabalham na Suíça há várias dezenas de anos.
Actualmente vivem na Suíça cerca de 200 mil emigrantes portugueses, 10% dos quais no sector da construção civil.
Curiosamente, o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, desloca-se na próxima semana à Suíça.