Militares da GNR, bombeiros e Proteção Civil Municipal da Régua realizaram uma ação conjunta para sensibilizar e notificar da obrigatoriedade do isolamento profilático de 14 dias um grupo de emigrantes que chegou de autocarro esta madrugada àquela cidade.

“Tivemos conhecimento de que iria chegar um conjunto de emigrantes, um pouco de toda a região Norte e Centro. Tendo em conta as orientações e aquilo que hoje está identificado como casos críticos, impôs-se que houvesse ali uma ação bastante forte no sentido de sensibilizar e também já de os notificar para que, a partir do momento em que entram em território português vindos do estrangeiro, têm de entrar em quarentena”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves.

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte determinou na sexta-feira o isolamento profilático de 14 dias para todos os cidadãos que regressem do estrangeiro, independentemente da nacionalidade e país de origem, para a contenção do risco de contágio da Covid-19.

O autocarro proveniente de França parou esta madrugada na cidade da Régua, concelho da zona Sul do distrito de Vila Real, e dali os emigrantes partiram para as suas residências.

Segundo o autarca, a bordo vinham “cerca de 25 pessoas” naturais de vários municípios dos territórios Norte e até Centro de Portugal que foram “dispensados do seu trabalho em função de todo este problema e regressaram a suas casas”.

A ação de sensibilização e notificação juntou militares do Posto Territorial da GNR de Peso da Régua, elementos da Proteção Civil Municipal e bombeiros voluntários.

“Isto não é uma atitude de repressão da vinda deles, é uma atitude de prevenção daquilo que tem que ser um ato coletivo de todos nós”, afirmou José Manuel Gonçalves.

O autarca defendeu que havendo agora a possibilidade de “controlo nas fronteiras, todos devem ser identificados e notificados sobre o período de segurança que devem cumprir para segurança deles, das suas famílias e das freguesias onde habitam”.

José Manuel Gonçalves reforçou que o objetivo “não é hostilizar os emigrantes, mas sim criar as condições para que eles cheguem em segurança às suas casas”.

Segundo o presidente, estas ações concertadas irão repetir-se sempre que se justificar.

No sentido de operacionalizar a determinação do isolamento profilático para os emigrantes, a Câmara de Vila Real informou hoje que o procedimento adotado no concelho começa na junta de freguesia, que identifica a chegada de cidadãos provenientes do estrangeiro e informa o Serviço Municipal de Proteção Civil.

Depois, este serviço reúne a informação e informa o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real que, por sua vez, passa a informação à GNR, PSP e a Autoridade de Saúde Pública.

Na área do Alto Tâmega e Barroso, que inclui os concelhos da zona Norte do distrito de Vila Real, o isolamento profilático obrigatório estende-se aos cidadãos provenientes das regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, as áreas de Portugal mais afetadas pela covid-19.

Portugal elevou hoje para 12 o número de mortes associadas ao vírus da covid-19, o dobro face a sexta-feira, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), que regista 1.280 casos confirmados de infeção.



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