O empresário Artur Fernandes, de 53 anos e natural de Parada do Pinhão, Sabrosa, foi emigrante, lançou-se nos negócios com uma panificadora que emprega 40 pessoas e concretizou o sonho de se expandir para o alojamento turístico.
O seu mais recente projeto, a unidade de alojamento local "Borralha Guest House" abriu portas esta semana, depois da recuperação de um edifício em ruínas numa das entradas da cidade de Vila Real.
É, segundo afirmou à agência Lusa, a "concretização de um sonho", que começou quando trabalhava num hotel de quatro estrelas no Luxemburgo, para onde emigrou aos 23 anos.
O desejo de regressar à terra natal levou-o a abrir uma padaria, em Parada do Pinhão. Tinha 30 anos e a panificadora começou a funcionar com quatro funcionários.
A ele, neste negócio, juntaram-se a sua irmã Lúcia e o cunhado Firmino Ribeiro, que regressaram também a Portugal depois de uns anos emigrados na Suíça.
Atualmente, a fábrica produz pão e bolos e abastece cinco lojas de venda ao público. Possuem ainda seis carrinhas que diariamente percorrem várias aldeias dos concelhos limítrofes.
Segundo salientou, com o negócio da panificação dá emprego a 40 pessoas, quase todas da sua aldeia ou localidades vizinhas.
"O segredo da nossa casa é a qualidade do pão", salientou, garantindo que, se for preciso, ainda mete as mãos na massa para ajudar a cozer o pão.
Junto ao rio Pinhão, recuperaram um moinho de água onde mói milho diariamente para abastecer a fábrica, onde também fazem broas de milho.
Nas duas mós de granito tradicionais, e a quem a água dá força para rodar, podem ser moídos 500 quilos de farinha em 24 horas.
"Agora, depois de já ter a vida encaminhada na panificação e como ainda tenho o bichinho da hotelaria resolvi investir no alojamento turístico", afirmou.
Foi também junto ao rio e ao moinho que construiu o primeiro empreendimento turístico, a "Casa Moinho da Mouta", com oito apartamentos, com um ou dois quartos e cozinha, e piscina, onde, na época de maior procura, cria dois postos de trabalho.
No entanto, o seu projeto mais ambicioso, na área da hotelaria, foi concretizado em Vila Real.
A nova unidade possui nove quartos e quer, segundo afirmou à Lusa, ajudar a dar resposta a uma lacuna na oferta turística existente na capital de distrito.
Para já trabalham ali três pessoas, mas, de acordo com o empresário, a mão-de-obra será reforçada consoante a necessidade e a procura.
O edifício antigo, junto ao Itinerário Principal 4 (IP4) e ao Regimento de Infantaria 13 (RI13), e que está localizado numa das principais entradas da cidade, foi comprado ao Estado e a casa foi recuperada preservando a traça original e cumprindo os requisitos exigidos por estar perto de um quartel militar.
A burocracia dificultou a conclusão do projeto, mas Artur Fernandes prefere continuar a olhar para o futuro e referiu que, já em maio, vai começar a construir uma piscina.
Adiantou ainda ter planos de expansão no negócio da hotelaria, sem, no entanto, querer avançar com mais informações.