O Matadouro Regional do Alto Tâmega e Barroso, sedeado no Barracão, em Montalegre, está outra vez a braços com uma acção de penhora. Em causa estão atrasos na amortização de um empréstimo contraído à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo no valor de cerca 500 mil euros.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Alto Corgo, Tâmega e Barroso entrou com um processo de execução contra o Matadouro Regional do Alto Tâmega e Barroso. Ao que o Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, a acção foi desencadeada depois de o conselho de administração do equipamento, presidido por José Justo, que já presidiu à direcção da CCAM de Montalegre (agora integrada na do Alto Corgo e Tâmega), não ter conseguido pagar amortizações supe-riores a cem mil euros, que dizem respeito a um empréstimo no valor de 484.513 euros.
Apesar de várias tentativas, o Semanário TRANSMONTANO não conseguiu obter nenhuma reacção do presidente do conselho de administração do Matadouro. Mas, ao que foi possível apurar, Justo terá tentado impedir a entrada da acção com um ofício onde pediria mais algum tempo para poder resolver a situação. No entanto, o pedido terá chegado tarde de mais. Já teriam expirado todos os prazos dados pela instituição bancária para a resolução da dívida.
Em menos de um ano, esta é segunda acção de penhora que o Matadouro enfrenta. Em Junho do ano passado, o equipamento foi colocado à venda, por um preço base de venda de 245 mil e 497 euros. Em causa estavam taxas e impostos em dívida às Finanças e ao Ministério da Agricultura.
A venda acabaria suspensa a menos de uma semana de terminar o prazo de entrega de propostas e depois de parte dos impostos em dívida terem sido pagos, cerca de cem mil euros. Por sua vez, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do Norte concordou em suspender o processo depois de a administração do matadouro se ter comprometido a pagar em 60 prestações a dívida em causa.
O montante ascendia aos 190 mil euros e prende-se com a falta de pagamento de taxas sanitárias àquele organismo. Inaugurado em 1995, o matadouro custou perto de 5 milhões de euros e a maioria das acções pertencem ao Estado, que, no entanto, já anunciou que pretende aliená-las.
Além da Cooperativa Agrícola de Montalegre e da própria Câmara Municipal, algumas acções do equipamento pertencem a um conjunto de investidores particulares.