O ministro da Saúde, Correia de Campos, confirmou hoje que a maternidade de Mirandela, no Nordeste Transmontano, encerra no final do ano, mantendo-se em funcionamento a de Bragança.

Em entrevista ao jornal de Notícias (JN), Correia de Campos afirmou «Mirandela é a que tem menos equipa. Está assente que vai fechar no final do ano».

As declarações do ministro da Saúde esclarecem uma decisão aguardada há vários meses no Mordeste Transmontano acerca de qual das duas maternidades da região, a de Bragança ou Mirandela, iria encerrar.

Em despacho de 14 de Março, o ministro da Saúde entregava à administração do Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano, que congrega os três hospitais da região - Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança - a decisão sobre qual das duas maternidades encerrava até 31 de Dezembro.

Macedo de Cavaleiros não tem maternidade.

Contactado pela Lusa, o presidente do conselho de administração, Henrique Capelas, confirmou que \\\"o estudo está feito\\\" e que \\\"o relatório, que aponta no sentido do fecho de uma das maternidades, já foi entregue\\\" no Ministério da Saúde.

Escusou-se, no entanto a avançar qual a maternidade apontada, afirmando que a questão será esclarecida brevemente.

O ministro da Saúde antecipou hoje o anúncio da decisão, adiantando que será a maternidade de Mirandela a encerrar, no final do ano.

As declarações do ministro apanharam de surpresa o presidente da Câmara de Mirandela, o social-democrata José Silvano, que remeteu para mais tarde um reacção.

Silvano tornou-se o principal rosto da contestação ao encerramento das maternidades no Distrito de Bragança, promovendo em Maio, em Mirandela, uma das maiores manifestações de sempre na região.

Colocou também cartazes de protesto por todo o concelho contra \\\"o abandono\\\" a que o poder central tem votado a região e exortou o ministro da Saúde a manter as maternidades do Nordeste Transmontano abertas até serem construídas as estradas prometidas há décadas.

Aos protestos de Mirandela seguiu-se também uma manifestação em Bragança, no 10 de Junho, contra a retirada de serviços da região, nomeadamente as maternidades.

Com o enceramento da maternidade de Mirandela, que servia a população do sul do Nordeste Transmontano, a única sala de partos que permanecerá aberta na região é a de Bragança, a norte, e a mais de uma centena de quilómetros das populações mais afastadas da capital de distrito.



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