O deputado do PSD por Bragança, Adão Silva, acusou hoje o ministro da Saúde Correia de Campos de «cobardia e oportunismo» pela forma como oficializou o encerramento das urgências nos centros de saúde da região.
Para o parlamentar, que é também presidente da distrital de Bragança do PSD, o ministro usou um autarca social-democrata de forma «habilidosa, em vez de assumir publicamente aquilo que é o seu propósito».
Em causa está o protocolo assinado entre a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte e o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto.
O protocolo garante a Macedo de Cavaleiros uma urgência básica, mas prevê também que, a partir de 25 de Abril, encerra em todos os centros de saúde do distrito de Bragança o Serviço de Atendimento Permanente (SAP), conhecido pelas populações como urgência.
A reacção do deputado social-democrata surge no dia em que a agência Lusa divulgou a confirmação do gabinete do ministro da Saúde de que o protocolo vai ser executado nas datas previstas.
O dirigente social-democrata entende que o autarca de Macedo de Cavaleiros, também do PSD, «não tem nenhuma autoridade para decidir sobre os SAP dos outros concelhos», embora o defenda.
Para Adão Silva, o que o ministro Correia de Campos fez foi «tirar a castanha quente do lume com a mão do presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros».
«Há um comportamento oportunista por parte do ministro da Saúde ou de cobardia, que é completamente inaceitável», afirmou.
Adão Silva entende que o autarca transmontano apenas considerou «as cláusulas que são relevantes para Macedo de Cavaleiros» e que prevêem ainda que, a partir de Janeiro, fique sedeado naquela cidade um helicóptero de socorro.
Garante, no entanto que «não é o facto de o protocolo ter sido assinado pelo autarca social-democrata que vai desmobilizar o PSD na luta contra o enceramento dos serviços».
Adão Silva, que foi secretário de Estado da Saúde do Governo de Durão Barroso, considerou que a «população de Bragança vai perder uma situação de privilégio, por ser o único distrito do país que tem SAP em todos os centros de saúde».
«As pessoas são agora esbugalhadas do que é essencial para a sua sobrevivência, bem-estar e qualidade de vida», afirmou.
O deputado social-democrata prometeu que o seu partido vai lutar contra esta medida do governo socialista, embora sem concretizar as formas de luta a adoptar.