O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas saúda os jovens Luso-Descendentes, participantes do Encontro Mundial de Jovens Luso-Descendentes, que se realizará em Lisboa, de 14 a 20 de outubro, desejando a todos uma atuação profícua e realizadora, com resultados positivos.
Neste momento, queremos ressaltar a importância dos Lusos-Descendentes na preservação dos valores históricos e culturais do nosso país, e do papel que estes representam na nossa ação de futuro, na integração de nossas Comunidades em seus respectivos países de acolhimento e ligação destas a Portugal.
É preciso que estes jovens estejam integrados em nossos movimentos associativos, de forma efetiva e plena, para que possamos juntos construir o melhor futuro.
Eles têm sido o tema fácil de discurso de alguns dirigentes com responsabilidades em nosso meio, sem que tenhamos, no entanto, alcançado resultados práticos e eficazes. É que na verdade, embora tendo movimentos isolados, e alguns casos com destaque, na prática não logramos inserir os jovens nas estruturas das nossas associações, de modo a que os mesmos, no futuro, possam dar continuidade a esse trabalho associativo.
Em algumas associações os jovens até integram os quadros diretivos, mas muito raramente, ocupam cargos de relevância e poder efetivo. Muitas das vezes, aliás, são levados a essas estruturas de maneira deliberadamente figurativa, o que representa um enorme erro, de graves conseqüências no futuro.
O fato real é que os jovens luso-descendentes, com vocação para os nossos valores e princípios, não podem ficar isolados, atuando de forma compartimentada, mas sim de maneira conjunta, participando, com mando concreto, da dinâmica de poder de nossas instituições. Só assim podemos esperar que estejam preparados, com experiência suficiente, a receber o comando do nosso patrimônio associativo.
Não adianta agora perquirir de quem é a culpa desta situação. Todos terão responsabilidade. Os jovens, porque não conseguiram romper certas barreiras que, infelizmente existem, para alcançar a união necessária para esse desafio. Os atuais dirigentes, fechados em sua ação, em alguns casos egocêntrica, também não lograram facultar o grau de abertura e integração, suficiente para mudar esse quadro. Com certeza, a culpa maior é mesmo nossa, das atuais lideranças, que as voltas com as enormes dificuldades que afetam a manutenção e preservação das nossas entidades, nos dias de hoje, não têm enxergado como prioridade essa questão.
É preciso reverter essa realidade, motivando e estimulando os jovens a virem para as diretorias das associações, flexibilizando os respectivos estatutos para essa integração, e dando-lhes o grau de responsabilidade compatível com o poder de mando que irão deter, e incentivando o associativismo juvenil no seio das Comunidades.
Esses jovens de hoje, moldados pelo dinamismo da internet, e das visões multifacetadas de uma modernidade latente, poderão ter um papel vital na atualização e perenização da presença e ação das nossas Comunidades, ao mesmo tempo que resguardarão o patrimônio valioso conquistado por gerações.
É preciso agir rápido, sob pena de entrarmos, no futuro a andar para trás.
ALBERTO CAMUS escreveu que “a verdadeira generosidade em relação ao futuro consiste em darmos tudo no presente”.
Prestigiar os jovens Luso-Descendentes, já, é obrigação de todos nós!